sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Partida

Vejo-te partir...
Sigo os teus passos com o olhar turvo
Pela tristeza que de mim se apodera...
Vejo teu corpo tornar-se mar
A tua voz misturar-se na natureza...
Segues o teu caminho
E eu me escondo para que não vejas as minhas lágrimas
O coração suplica-me
Mas meus braços não podem impedir-te de partir...

Vejo ainda o teu cabelo ao vento
E no meu rosto a frescura da tua pele
É trazida pela brisa com que o mar me sopra poemas de ti...
Partes...
E nas mãos sinto o soluçar da minha alma...
Sinto a solidão que me aguarda serena...
Choro agora todas as lágrimas do mundo
Enquanto aperto no peito a ilusão do teu corpo
Enquanto beijo suavemente a lembrança dos teus olhos...
És linha do horizonte... desapareceste de mim...
Levaste as formas do meu sorriso...
E aqui estou agora
Procurando por ti...
Fixando o infinito
Esperando por ti...

2/Dezembro/2004

Súplicas

Suplico ao vento que te traga adormecida
Para o calor dos meus braços...
Para te olhar dormindo
E deliciar meus sentidos com as linhas do teu rosto...

Quero-te tanto
Que cada instante do dia que vivo
É um tormento que me adoça a alma
Um sofrimento sem dor que repousa no meu coração...
As lágrimas que choro em silêncio
São gritos em que desespero por ti...
Em que te canto o mais belo poema de amor
Em que te toco tão levemente que quase não te sinto...
São a simplicidade com que te amo...

Suplico ao sol que me ilumine com a tua luz
Que me aqueça com os teus olhos...
Que te traga inteira

Suplico ao vento que te diga a cor das minhas lágrimas
De como elas gritam o teu nome
Suplico ao mundo que te mostre a verdade de mim

Faltam-me as palavras e fico desejando que entendas
No meu gesto desajeitado... na tremura da minha voz
O sentimento que me arrebata
E me faz correr atrás de todos os momentos que ainda sinto tão vivos...

Fico desejando que entendas
Que te amo com a força deste mar que rebentou as muralhas
Do porto onde me refugiei... onde me escondi das tempestades...
Fico desejando que entendas
Que te amo... te cuido
Que te beijo
Em cada segundo... em cada inspiração...

21/Novembro/2004

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Penhasco

Sentei-me contigo na beira de um penhasco...
Observámos o Mundo inteiro com os mesmos olhos...
Sentimos no corpo a mesma vibração...
Voámos de mão dada sobre o mar partilhando os mesmos cheiros...

Em silêncio falámos
Dos nossos sonhos... das nossas mágoas...
Eu senti no meu peito a tua dor passada
E o teu coração chorou as minhas lágrimas...

Tudo ficou mais belo
Tudo ficou mais claro
Porque estavas comigo...
Na beira de um penhasco...

15/Janeiro/2005

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Poema

"Tu estás em mim como eu estive no berço
como a árvore sob a sua crosta
como o navio no fundo do mar"

Mário Cesariny

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Falar de saudades...

Falar de saudades

Se eu te falar de saudades
Será que sentes na minha voz a tristeza de todas as noites
O frio da insónia de te pensar?
Será que sentes na minha voz
A ilusão em que ouvi teus gestos ecoando pelo meu quarto
A solidão que me abraçou
Quando o teu sorriso ficou ainda mais distante?

Se eu te falar de saudades
Acreditarás nos suspiros do meu coração
Nos relatos da minha alma que vazia te quis sonhar
Te quis sentir... beijar?...
Se eu te falar de saudades
Acreditarás na dor que ficou quando te senti partir?...
Acreditarás na escuridão da minha vida sem ti?...

Se eu te falar de saudades
Sentirás o aroma das lágrimas que cegaram os meus olhos?
Sentirás a sinceridade do tremor das minhas mãos?
Se eu te falar de saudades, meu amor
Acreditarás num mundo que me aprisiona enquanto te aguardo
Acreditarás nestas correntes
Que prendem todos os meus passos se nenhum deles me levar a ti?...
Sentirás na emoção com que te falo
A alegria infantil de te rever?...
Sentirás na emoção das minhas palavras
A ternura com que te guardo em mim?

Se eu te falar de saudades, meu doce amor
Será que sentes no teu rosto o toque dos meus lábios?
Será que sentes no teu coração a verdade do meu?...

13/Abril/2005

Pequenas coisas

Desde que te conheci
Trago o sorriso nos lábios
Que contigo eu aprendi
Nos beijos que sonhámos…
Tornaste mais sábios
Todos os meus sentidos
E no silêncio em que ficámos
Ouvi suspiros vividos
Que se perderam no espaço
Na ternura do teu abraço…
Ouvi-te murmurar
Ao passar à tua janela…
Sentei-me debaixo dela
Esperando que o teu sussurrar
Fosse ficando mais forte
E quem sabe até com sorte
Te pudesse ouvir cantar…
Desde que te conheci
Que tenho o sol no peito
E a lua no meu olhar
Porque te tenho a ti
Como num dia perfeito
Nascido só para te amar…
Tenho esquecida a tristeza
Que mil noites me visitou
As lágrimas que em mim deixou
Este coração de incerteza…
Desde que te conheci
Que me sento à tua janela
Porque em tudo o que vivi
Não senti doçura como aquela
Que experimento perto de ti
Porque em tudo o que sonhei
Nem por momentos ousei
Tocar-te com a minha mão
Sentir-te no coração
No dia em que te conheci
Num instante te pertenci
E em tudo o que faço
De ti coloco um pedaço
Porque cada pensamento meu
Só tem razão de ser
Se por ti ele nasceu
Se por ti ele viver…
Desde que te conheci
Que te amo todos os dias
Como no dia em que descobri
Que és a dona dos meus dias…

8/Fevereiro/2005

terça-feira, 7 de novembro de 2006

O resto

São as estrelas
É a Lua...
És tu como luar...
É o Sol e o vento e tu como céu...
É o verde, o amarelo e o castanho
E tu a terra de onde nascem as árvores...
És o princípio
O começo...
Tiro de partida, sei lá...
Existes tu
E depois existe o resto...
Porque os pássaros voam
E tu sopras o vento que os sustenta...
As flores crescem
E tu choras a chuva que as rega...
Tu caminhas
E o Outono deixa cair a folhagem
Para te amaciar os pés...
Existes tu...
Imensa como o céu
Pujante como a terra...
Depois o resto...

11/Dezembro/2004

domingo, 5 de novembro de 2006

Vim chorar

Vim chorar contigo noite amiga
Que tantas vezes amparaste minhas lágrimas.
Vim partilhar contigo toda a dor que sinto dentro do meu coração
E que me deixa sedento de insónias sem fim.
Já nem sei porque choro tanta é a neblina
Onde me escondo de todos os males que me perseguem.
Por vezes sinto que me é negada a felicidade
Sinto que todos me escondem a mais pura e simples verdade
E em troca me presenteiam
Com mentiras piedosas que insistem em servir
Com amargos traços de solidão

Este vazio que vive na minha alma
Que me sufoca, que me destroi
Todos os dias um pouco
Sem que nada faça para o evitar
É uma tormenta de que não consigo fugir
De que nem tento fugir
Pois que há muito se tornou parte de mim
Como se não pudesse viver sem ela
Como se estivesse presente no ar que respiro

Nada mais tenho a fazer
Se não entregar-me na noite
Colhendo nos seus braços o aconchego de coisa nenhuma
O calor das coisas inexistentes... o fracasso dos meus sonhos
Tento abraçar a dor para que não me engula
Enquanto desesperadamente tento guardar em local seguro
Uma restea de esperança tão fina... tão frágil
Que se esfuma numa brisa suave de Verão.

Pego num papel
Desenho todas as lágrimas que ainda tenho para chorar
Desenho o mundo longe de mim porque não lhe pretenço
Desde que esqueci o meu sorriso junto de alguém que o levou.

Quero dormir
Mas não quero voltar a sonhar
Quero dormir
Mas não quero voltar a sorrir...

4/Outubro/2004

Relembrar

Relembro em silêncio os sons de uma noite de amor
O bater do desejo dentro do coração
O desenho da tua boca doce
Os teus lábios macios e quentes
O teu corpo de toque sedoso

Relembro todas as sensações que aprendi nessa noite de amor
Todo o tremor que senti dentro de mim
Todas as palavras que receoso, não ousei dizer-te
Toda a beleza de um momento
Que as minhas mãos foram incapazes de reter por inteiro

Relembro o que vi em ti
Quando a tua alma reflectida nos teus olhos
Me disse tantos dos teus medos

Relembro os teus sabores que meus dedos provaram
Que a minha boca saciaram em todos os beijos que te dei
Em todos os beijos que ficaram por te dar
Os sabores da pele com que me embriagaste
Pelo toque, pelo pulsar, pelo existir.
Desejando que aquela tua pele macia
Jamais partisse para longe dos meus braços

Relembro a história do amor que fizemos
De como ouvimos a mesma música sem a ouvirmos
De como partilhámos nossos pensamentos pelo contacto das nossas mãos
De como nossos olhares se tornaram gémeos
Em cada pedido de um beijo...

Relembro a minha respiração sofrida
Enquanto procurava guardar na memória
Cada momento, cada instante
De um amor imenso contigo...
Melhor do que tudo o que vivi
Melhor do que tudo o que sonhei

Relembro o abraço em que deixámos de existir
Relembro uma noite de amor contigo
Em que quase te supliquei
Que ficasses comigo para sempre...

21/Outubro/2004

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Momentos

Em todos os momentos da tua ausência
Senti que te amo...
Em cada segundo desta espera desesperei...
Em cada instante da tua ausência
Fechei-me ao mundo... ignorei as horas
Não diferenciei o dia da noite...

Fechei-me em mim
Isolado de todo o movimento
De todos os ruídos... e esperei-te...
Segurando em meus braços
Todo o amor que cresce em mim...
Guardando em meus lábios
Todos os beijos que sonhei para ti...

Sem ti nenhum lugar é lugar
Sem ti nenhuma luz é luz...
Esperei-te
No silêncio das lágrimas... no frio da solidão...
E em cada momento da tua ausência
Senti que te amava...
Porque não tive pensamento
Que não te pertencesse...
Não chorei lágrima que não tivesse o teu nome...

Em todos os momentos desta espera
Me senti adormecido para a vida
Sem rumo... sem horizonte...
Senti que te amava
Porque preciso de ti
Porque te esperaria sempre
Com a mesma ansiedade... a mesma ternura...
Com que te digo...
Amo-te...

5/Novembro/2004

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

O teu olhar...

O teu olhar

Quando me encontrar com os teus olhos
Vou ser feito de vidro...
Vou ser transparente...
Terei na pele desejos e sonhos
Pedaços de ti desenhados pelo céu...

Terei o mar guardado no olhar
E pedir-te-ei que navegues em mim
Que percorras as encruzilhadas
Onde me perdi... onde me destruí...

Terei a verdade nas minhas mãos
Com ela tocarei o teu rosto
E em silêncio
Ouvirás o meu coração chorar o teu nome...

Terei no corpo
A inspiração dos poetas
A liberdade dos pássaros
A força do ventro
Quando me encontrar com os teus olhos
Serei transparente... feito de vidro...
Sentir-me-ei tremer
E deixarei a teus pés o poema da minha vida
Escrito com o teu sorriso
Com o brilho dos teus olhos...
Deixarei a teus pés
Este amor com o teu nome...
E ficarei olhando para ti...
Seduzido... imóvel...
Decorando cada instante teu
Sentindo que além de ti não há o que procurar
Perder-me-ei em cada momento
Sem me aperceber de que o tempo parou

Quando me encontrar com os teus olhos
Oferecer-te-ei lágrimas de felicidade
E em cada uma colocarei
Uma parte de mim...
Uma parte do coração
A palavra amo-te...

6/Dezembro/2004

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Preciso

Preciso de ti
Adormecida nos meus braços
Entregue ao amor que te dedico...

Preciso de ti
Naquela praia onde os sonhos são eternos...

Preciso de ti
Para voarmos sobre os campos...
Sobre a escuridão…

14/Fevereiro/2005

Longa noite

A noite vai longa...
O sono que perdi no dia em que partiste
Continua em parte incerta...
Sinto um frio no corpo que me gela o olhar...
Procuro consolo em velhas canções de amor
Tentando descobrir-te cantada numa delas...
Mergulho em cada acorde
Procurando teus lábios... procurando tua voz... teu corpo
Por vezes, encontro o teu rosto desenhado numa rima
Noutras, sinto a harmonia do teu gesto na voz de uma guitarra...
E sonho acordado
Em te cantar a música com que te amo
A música que fiz para ti com lágrimas de saudade
A música que meus olhos tocarão só para ti
Quando perto dos teus viverem felizes...
Um piano toca os teus passos
E chora-te em cada nota
Partilhando a dor que meu coração abriga...
Em cada palavra cantada
Te vejo e te sinto...
Aqui tão perto de mim
Aqui tão dentro de mim...
E sinto um prazer desmedido
Por te amar desta maneira
Por encontrar em ti
Toda a razão da emoção
Com que te recordo, te aguardo...
De coração aberto para te receber...
Se um dia precisares...

4/Dezembro/2004

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Conquista de paz

Sentei-me a ouvir a chuva
Cada pingo traz-me ao dia de hoje
O olhar triste de ontem.
Reparo na semelhança
E sinto em mim a melancolia
Que tantas outras vezes senti
Quando a chuva parecia
Chamar por mim.
A chuva cai dentro de mim
Como lágrimas que tanto quero chorar.
Olho os meus dias
E são mais os olhares distantes
Do que os sorrisos
Porque é assim?
Se o que quero da vida
É tão pouco...
Comparado com o que preciso
Sinto uma dor profunda
Tão intensa que recuso medi-la
Tão intensa que quero ignora-la
Para não me dar conta
Da minha realidade
Da solidão em que realmente vivo
E que em momentos tão raros
Finjo desconhecer...
Pela janela conto os dias
Pergunto-me se faltará muito
Para conquistar a paz...
Uma paz que me embale o sono
Que me faça dormir todas as noites
E não me deixe acordar...

4/Outubro/2004

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Se procurares

Se procurares
Encontrarei...
Se sorrires
Sofrerei teus males...
Se voares
Dar-te-ei as minhas asas...
Se chorares
Dar-te-ei as minhas lágrimas...
Se caminhares
Levar-te-ei em meus braços...

Se quiseres...

Ao outro lado do mundo
Correrei para te ver feliz...

6/Novembro/2004

domingo, 1 de outubro de 2006

Impotência

Sinto a impotência
Dos momentos imperdíveis...
Em todo o meu corpo
Milhares de vozes gritam a melancolia
Que hoje me invadiu...

Procuro razões para entender
O que não é entendível...
Que caminhos me trouxeram
A uma fonte de que não posso beber...

Uma ligeira brisa
Leva-me para longe do meu porto seguro
E de novo navego sob as estrelas
Sem esperança de me guiar por elas...

A inquietação do que não tenho faz-me serenar...
Relembro o ontem e adormeço numa nuvem escura
Para que não me sinta chorar...

Procuro na ilusão de um sorriso
Apagar a verdade das minhas noites...
Enquanto o conseguir...
Viverei...

10/Outubro/2004

Fado

Nas lágrimas que chorei...
Ouvi os acordes deste triste fado...
Solidão que vivo sem ti
As noites que não durmo
Enquanto te imagino longe de mim
Perto da minha saudade...

Procuro no mar o alento que já não sinto...
Nas árvores a força da vida
Que não te tendo não é vida...
Sinto-me perdido num deserto imenso
Onde vou caminhando em círculos
Guiado pelo teu rosto
Oásis onde sacio a sede que me fustiga...

Vem que me falha a respiração
Porque a batida do meu coração
Não te tem para com ela rimar...

Vem porque descobri em meus olhos
A falta de te ver acontecer
A falta de todos os teus olhares...

Nas lágrimas que chorei
Ouvi a dor deste triste fado...
Chamando pelo teu nome...

1/Novembro/2004

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Mão...

Mão

Vou caminhando sem saber para onde.
Vejo ao longe o abismo...
Chama-me... carente... e vou ter com ele...

Sinto resignação...
Vou ultrapassando obstáculos
Sem dificuldade... sem dor...

Sinto, por vezes, uma mão que me segura
Uma mão que me impede de avançar...
Agarro-me a ela com a pouca força que ainda me resta
Tento lutar para não a perder...

Talvez seja sôfrego demais
Talvez o desespero seja maior do que imaginava...
E ela foge...
A mão que sentia, desaparece e empurra-me para a frente...

O abismo cada vez mais perto...
A mão...
Sinto-a presente e ao mesmo tempo ausente.
A tranquilidade que me traz é igual ao desconsolo em que me deixa...
A mão...
Que me embala
Que me trata
Que me dá coragem
É a mesma mão que depois me larga
E me aprofunda a dor...

Estranho ou nem tanto...
Talvez estranho fosse
Se fosse de outra maneira...

Outubro/1999

Noites

Mais uma noite sem dormir
Uma saudade imensa habita em mim
E vai sugando o meu sangue
Como se me matasse todos os dias um pouco mais...

Recuso ver rostos
Se em nenhum deles está o teu
Nego-me as vozes
Se nenhuma delas é a tua...

Fecho-me
Não quero dormir
Para não sonhar que te não tenho
Para não acordar sem ti...

Sinto-me sem coração... sem batida...
Por dentro estou vazio
A minha alma perde-se
No meio da tristeza que me consome...

Não vou dormir
Não quero dormir...

24/Setembro/2004

Serenidades

Já te escrevi tantas linhas...
Em cada uma delas procurei a verdade do que sinto por ti
Para melhor compreender todo este sentimento
Que transborda de mim...

Releio todas as coisas e em nenhuma encontrei
O espelho do que vive comigo...

Falar do que se sente
Quando o que se sente
É maior do que as coisas explicáveis.
Maior do que tudo o que se imagina...

Olho para todos os lados
Pedindo ajuda....
Procurando encontrar palavras escritas
Palavras faladas... palavras sentidas
Que me ajudem a te dizer a minha verdade...

Que te amo...
De uma maneira simples
Intensa, forte, tranquila...
Amo o que vejo nos teus olhos
O que pressinto na tua alma...

Amo a forma
Como receosa tentas fugir da vida
Que te aguarda algures no teu caminho....

Amo o teu olhar necessitado
Amo o brilho que sei existir dentro de ti
Amo o sorriso com que iluminas
O dia dos que te rodeiam...
Mas amo ainda mais tudo aquilo
Que o teu sorriso anseia por viver...

São tantas as razões para te amar
E, por isso, acordei com o amor dentro de mim...
Sem que pudesse ou quisesse contrariá-lo...

Beijo as tuas mãos
Esperando que nesse beijo sintas
A imensidão do que quase me sufoca...

4/Outubro/2004

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Sonho real

Relembro um sonho de amor contigo
Um sonho que agora me parece tão distante...
No entanto...
Vive dentro de mim cheio de vida.
Ainda sinto o olhar do teu beijo
O calor das tuas mãos...
Ainda me arrepio com o sabor da tua boca...

Relembro as roupas que sairam dos nossos corpos.
Relembro o abraço tão forte que só havia um corpo...
Relembro como o teu coração bateu no meu peito...

Sinto o teu cheiro na minha pele...
Entranhado profundamente...
Ainda estremeço quando fecho os olhos
E sinto os teus lábios
Momento tão intenso que nunca julguei poder vivê-lo...

Relembro o sabor das tuas formas
Quando as percorri com as minhas mãos
Tremendo de amor e desejo...

Relembro o amor que fizemos
Surpreendente de força
Surpreendente de loucura...

Relembro o momento em que acordei já sem ti...
Todas as noites adormeço
Ardendo em desejo de sonhar tudo de novo...

4/Outubro/2004

Procurando

Procuro por toda a parte o meu sorriso
Perdi-o numa sombra... no meio de um lamento
Numa louca noite
Em que os gritos que não dei me deixaram sufocado...

Sorriso distante que nunca foi meu
Que todos os dias se despedia
Mas que sempre voltava para logo partir de novo...

Procuro o que perdi para sempre...
Procuro o que nunca encontrarei...
Mas procuro...

23/Setembro/2004

Ouve-me

Preciso gritar a todas as pessoas
Para que todas leiam nos meus olhos
A dimensão da tua existência que me arrebata e tanto fascina...

Preciso gritar ao Mundo
Que tens dentro de ti
Os mares... Os ventos
Todos os rios e todo o céu...
Que em ti me perco
Sem querer ser encontrado...

Preciso gritar que te amo...
Para que o Mundo saiba
Que cheguei ao fim do meu caminho...
Preciso gritar...
Amo-te!

1/Janeiro/2005

Digo

Perdi o medo das palavras
E digo amo-te
Porque o que se sente
É sempre mais forte do que o medo
Do que o receio de perder a luta...

Digo amo-te
Porque a paz que vivo sinto-a ao teu lado
Porque o que me deslumbra
São todos os teus traços... todos os teus momentos...

Digo amo-te
Porque sinto a infinita necessidade de sentir tua pele
De libertar todo o carinho que crio só para ti...

Digo amo-te
Porque te quero proteger
De todas as chuvas... de todos os ventos...

Digo amo-te
Porque te quero ver num enorme sorriso
Que te alimentes dele... que vivas por ele...

Digo amo-te
Porque tenho tanto para te dizer
Como nunca quis dizer a alguém...

Digo amo-te
Porque facilmente me rendo ao teu olhar
Porque facilmente me prendo na beleza do teu rosto
Porque facilmente me fascinam as formas da tua alma...

Digo amo-te
Porque as palavras deixaram de me assustar.
Digo amo-te
Porque precisava muito de o dizer...

10/Outubro/2004

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Teimosia

Teimei em escrever estas linhas sei lá porquê...
De vez em quando, o meu porto anda fugido
Dissimulado entre devaneios de nuvens atentas…

3/Agosto/2006

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Rosto...

Rosto

Entreguei a minha alma nas mãos desta caneta
Mil vezes testemunha de tantas palavras sentidas
Fechei meus olhos
Senti meus dedos num suave movimento
E deixei-me ficar recordando cada uma das lágrimas
Que colecciono no coração
Revivendo os medos de que me sinto prisioneiro...
Enquanto minha mão rabisca ao sabor da vontade da alma...

Ouço todas as mágoas... todo o sofrimento...
Toda a pena de mim próprio que tantas vezes me devorou
Em noites esquecidas do mundo...
Vi o caminho cheio de sonhos perdidos
De sonhos chorados que nunca passaram de frágeis desejos...
Sinto meus dedos frenéticos
Mas não me atrevo à luz...
Porque é imensa a dor de relembrar a dor
Que me prende neste porto sem abrigo onde me encontro sem esperança...
Sinto anos perdidos, beijos sem dono
Abraços frios como ténues lembranças
De todos os sorrisos que nunca conheci...

Sinto embriagada a caneta que seguro nas mãos agora trémulas...
Subitamente...
O silêncio é ensurdecedor
Abro os olhos...
Nos meus dedos repousa a caneta com ar feliz
Olho a folha de papel com sede de palavras por ti...

Não há palavras!
Apenas o desenho do teu rosto...

20/Novembro/2004

Necessidade

Dá-me a tua mão
Deixa que te leve ao meu mais profundo eu
Deixa-me mostrar aos teus olhos
Todos os receios que me impedem de falar
Todas as noites em que compus discursos
Que nunca consegui ler...

Dá-me a tua mão
Deixa que te fale dos sonhos que nunca realizarei
Do amanhã que muito anseio viver...
Deixa que te mostre a noite como eu a sinto
A Lua e as estrelas como eu as vejo

Dá-me a tua mão
E sente as lágrimas que guardo em cada poema
Dá-me a tua mão e voa comigo sobre o mar
Vem correr entre o verde das árvores...
Adormece perto de mim ao som dos pássaros

Dá-me a tua mão
E sorri para mim para que eu sorria também
Deixa que beije a tua mão
Deixa que acaricie o teu rosto

Dá-me a tua mão
E deixa que te entregue
Este coração que te espera...

4/Dezembro/2004

segunda-feira, 31 de julho de 2006

Indo

Na escolha fácil das mil estradas
Encontrei as letras que faltava escrever
São mais redondas do que imaginei
Pontiagudas como o sangue que me fere…
Roubo às árvores os arrepios do vento
E em nome de todas as coisas absurdas
Verto em cada esquina as molduras dos meus passos

Vou para ali
Para onde me disseram que cai a chuva de aço
Quero mergulhar no pulsar das grades de ferro
E sentir-me preso ao seguro chão das masmorras…

31/Julho/2006

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Talvez

Talvez um dia acorde
Contigo num espelho de água
Talvez um dia acorde
Com o sorriso desenhado pelo teu corpo…
E esperarei como quem não espera
Debaixo dos sonhos nublados,
Dentro da criança que come chocolates
Na véspera da dor de barriga…

Talvez um dia acorde
Com a tua voz nas almofadas
Compondo o pequeno-almoço
Que trarei servido em poemas de ouro…
Talvez um dia haja uma noite
E logo a seguir outros dias e outras noites
Em que as minhas mãos falem com as tuas
E que com flores nos dedos,
No rodopio dos corações sem medo,
Dancemos as músicas das montanhas e dos mares…

Talvez um dia não exista a palavra talvez
E a colecção de desejos que escondo no bau amarelo
Seja devorada numa noite de estrelas e Lua…
Pendurei a chave do bau no cabide
Onde deveria pendurar as roupas com que te amo…
Mas é a minha pele… o meu osso… o meu pulmão…
Já não são roupas…
Arderam no meu corpo quando mergulhei
No incêndio dos meus sentidos
E agora são roteiros da minha alma…

Espero como quem não espera
Desejando como quem não deseja…
Talvez um dia percebas as estátuas com que te idolatro…

27/Março/2005

Por ti

Ouço tua voz
E devoro cada sílaba, cada silêncio...
Procuro em cada palavra tua
O teu mais pequeno desejo...
Para o tornar realidade...

Teu caminho é o meu...
E te espero...
Para te seguir onde quer que vás...
Para te levantar onde quer que caias
Para chorar contigo
E fazer minhas as tuas lágrimas
E fazer meus os teus tormentos...

Ouço o teu corpo
E protejo-o dos ventos e da chuva
Com as minhas mãos desenharei as melhores rotas
Para que teus pés não sofram...
Destruirei todos os obstáculos
Para que teus sonhos se concretizem

Com os meus olhos te cuidarei
Estarei atento ao teu respirar
Ao teu suspirar...
Ao teu dormir...
E quando abrires teus olhos
Sentirás o céu aos teus pés...
O sol tocará suavemente teu rosto...
Tornando o teu sorriso ainda mais belo...

E ouvirás o meu coração dizer
Amo-te...

8/Dezembro/2004

domingo, 21 de maio de 2006

A tua lágrima

Peguei na tua lágrima e guardei-a nas minhas mãos...
Nela senti a turbulência dos mares que te revolvem...
Senti a textura das mágoas que escondes entre cada sorriso...

Coloquei a tua lágrima mais perto do meu coração
E então ouvi...
Ouvi todos os gritos que te escurecem os dias
Ouvi todos os ruídos que te perturbam o caminhar...
E então senti...
A tristeza que teus olhos dissimulam
As algemas que te aprisionam...
As barreiras que não consegues destruir...

Peguei na tua lágrima e guardei-a no meu coração...
E todos os dias pedirei ao sol que nasça no teu olhar...
Pedirei à Lua o seu luar para com ele te fazer sonhar...
E o meu coração baterá mais forte...
Tão forte que o ouvirás cantar-te canções de embalar
Tão forte que no teu rosto sentirás todos os carinhos que tenho para te dar...

Peguei na tua lágrima...
Beijei-a...
E guardei-a no meu coração...

16/Dezembro/2004

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Contigo esta noite...

Contigo esta noite

Sonhei contigo esta noite...
Faziamos amor
Mas não havia deslizar de corpos
Não havia a loucura dos lábios...
Faziamos amor...
Tanto amor...
Nossos olhares deram as mãos...
E eu fui noite
E tu foste Lua...
Tu foste céu
E eu nuvem...
O meu coração abraçou o teu...
E fui jardim
E tu perfume de rosas...
Fui árvore
E tu o verde das folhas...
Eu fui mar
E tu vento
Que cria as ondas...
Faziamos amor...
Tu eras pássaro
E eu as tuas asas...
Eu era montanha
E tu neblina repousando...
Eu era boca
E tu a minha voz...
Faziamos amor...
Tanto amor...
Muito mais que respiração acelerada
Muito mais que pele beijando pele
Faziamos amor...
E os meus olhos foram os teus...
E o teu sorriso brilhou no meu rosto...
E faziamos amor...
Sem corpos...
Sem lábios...
Apenas amor...

9/Dezembro/2004

Linha escondida

Encontrei uma linha escondida
Que julguei de um poema que tanto te quero fazer
Declamar tuas mãos... o teu abraço... a tua ausência
Cantar as tuas pétalas como se fosses flor
Beber da tua água como se fosses fonte.
Mas nessa linha escondida
Não vi as palavras que me falam de ti.
A música que ouço
Quando em meus pensamentos me uno a ti num beijo azul de céu.
Nem encontrei a doçura da tua pele quando a toco com a minha mão...
Mão sedenta... mão carente de ti.
Nessa linha escondida
Não li o carinho com que meus olhos te envolvem
As lágrimas com que choro o meu amor
A ternura que coloco em cada beijo em ti...
Nessa linha escondida
Encontrei apenas a ansiedade
Da inquietação de te querer contar o mundo
O meu mundo...
Onde és rainha, flor, montanha, céu e mar
A inquietação de te mostrar
A raiz da minha alma
A verdade que habita em mim
Desde que te descobri...

4/Dezembro/2004

Análise

Pensei na profundidade das palavras... na clareza do sentimento
Peguei em toda esta saudade e analisei-a sob todas as formas
Interpretei todos os sinais
Vi as partes mais tímidas e descobri a fonte destas noites sem sono...
Descobri este amor que cresceu sobre uma pedra a que chamo tempo
Mas a que também posso chamar verdade...

Peguei em toda esta saudade... estudei os seus componentes...
E achei lágrimas indefesas que trazem o teu rosto em seus olhos
Achei versos e poemas que desenham o teu corpo...
Ouvi pianos e guitarras... palmas e vozes que cantam a tua beleza...

Pensei na profundidade das palavras e disse que te amo...
E fiz mover montanhas... e fiz nascer o Sol...
E fiz a Lua dar-me o seu sorriso
Para te oferecer o luar sempre que quiseres

E disse que te amo
Com a suavidade de um beijo...
Com braços para te envolver em mantos de mel e veludo...

Peguei em toda esta saudade e sentei-me a contemplá-la...
E nela vi tudo o que vejo em ti
Todo o tesouro que trazes...
A dimensão de ti que desconheces
A humildade com que te reduzes...
Peguei em toda esta saudade
Analisei-a sob todas as formas
E disse que te amo...
E disse que te amo...

5/Dezembro/2004

Onde te escondes?

Onde estás?... Onde te escondes?
Porque vives nesse castelo?
Não vês que mereces muito mais
Do que essas paredes de pedra que te gelam o coração?
Onde está a mão que devia levar-te a ver o mar, a Lua, o sol e as nuvens?
E porque essa mão te dá as pedras frias
Com que ergues esse castelo em que te escondes do Mundo?
Diz-me, por favor...
Não sentes que não sorris...
Não sentes que consigo ver todas as lágrimas que ainda não choraste...
Que consigo ouvir os gritos que a tua alma ainda não te segredou...
És tão diferente... simples... doce...
Não vês que os teus melhores sorrisos
São aqueles que ainda não viveste
São aqueles que estão guardados nas estrelas
Esperando que os busques numa noite de intenso luar...
Onde estás?
Sinto-te lutar... Sinto que procuras uma fenda...
Uma pedra solta que faça esse castelo ruir...
Sinto que acreditas...

31/Dezembro/2004

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Novo

Sem a pressa dos ventos
Ergo firme
As palavras com que falo o meu dia.
Cada sílaba, cada pedra, cada tijolo...
Lavo os olhos nos sons da minha nova voz...
E abraço-te, Sol...
E beijo-te, Lua...

12/Maio/2006

terça-feira, 25 de abril de 2006

Pensamentos

A solidão visitou-me
Trouxe de volta uma lágrima
Que há muito deixara em parte incerta...
Senti a sua frieza na minha pele
E a noite caiu sobre mim...
No silêncio escuro
Fui guarida de toda a saudade
Imaginei-te... amei-te... chorei-te...
Beijei tuas mãos... teu rosto...
E abracei-te com a força da esperança com que te espero...
Fiquei olhando as horas
Esperando pelos teus sinais
Esperando pelas tuas palavras...
Tentando não pensar na dor
Que toma conta do meu peito...
A dor que me alimenta o pranto
Que não evito em cada noite sem ti...
Ouvindo canções de amor
Danço contigo no meu pensamento...
E sussurro no teu ouvido
Todo o amor com que te penso...

4/Dezembro/2004

Sabias...

És bela, sabias?
Os teus encantos
São a fraqueza dos olhos que te miram enfeitiçados...
O teu sorriso é a luz que cega todos os sorrisos...

És bela, sabias?
O perfume da tua pele é combinação de todas as flores
Um gesto teu é traduzido por todas as palavras...
E a tua voz, princesa... é sinfonia, é guitarra...
É o murmúrio do vento...

És bela...
Na profundidade dos teus olhos
Têm lugar todos os sonhos de todos os corações...
És bela, bela, bela...
Na humildade do teu corpo
Tens guardado o maior dos tesouros...
A tua alma, a tua verdade...
Que é bela... sabias?

11/Dezembro/2004

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Quase parto

Quase parto
Procuro fugir ao pensamento
Que me levará para longe de um feitiço
Que me mata a sede... que me alivia a dor...
Olho-te
Procurando reter
As últimas imagens de ti...
Quero muito levar-te comigo
Que vivas em mim
Sentir que a distância
É um segundo
E que a venço com um fechar de olhos...
Há muito que decorei o cheiro do teu cabelo
A textura da tua pele... a saudade no meu dia.
Há muito que dentro de mim
Rios de tristeza acalmam a intranquilidade que me recorda a partida.
Pressinto a solidão que me espera
E peço-te que me guardes...
Não precisas de me olhar todos os dias...
Mas que, uma ou outra vez,
Me tragas a luz do teu olhar...

4/Dezembro/2004

Pedaços...

Pedaços

Pedaços do teu corpo
Fogo nas mãos
Paz em teus olhos serenando os meus
Tudo e nada
É o que guardas em ti...
Sonho que te deseja
Boca que te beija
Amor que te ama...

21/Março/2005

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Falta de palavras

Tu és as palavras que não consigo juntar para te descrever...
Porque te sinto além do que conheço
Porque és muito mais do que tudo o que digo que és...
Porque as palavras para te definir não existem no mundo em que vivo...
Porque quando te falo da tua beleza
Não te consigo explicar quanto os teus olhos me deixam perdido no tempo...
Nem sequer relatar as emoções que me provocas
Quando o teu sorriso brilha mais do que o próprio Sol...
Tantas vezes sinto a frustração de não conseguir exprimir o que vejo na tua alma...
Aquilo que aprendo em cada palavra tua... em cada silêncio teu...
Limito-me a olhar-te seduzido.. sem fala...
Rendido ao teu mais pequeno pormenor
Fascinado com o teu mais pequeno gesto
Porque cada palavra que penso
É pouco perto do que te quero dizer...
Porque tudo em ti é muito mais do que vi
Em todos os lugares... em todos os rostos... em todos os corpos...
Porque te vejo única...
Porque tu te defines a ti própria por seres o que és
Tão diferente, tão melhor do que qualquer coisa que jamais imaginei...
Até amar-te...
É muito menos do que tudo o que mereces...

24/Novembro/2004

Olhos de mar

Porque tens nos olhos o mar?
E porque esse mar é tão sereno
E me sinto tão pequeno?
Além do mar…
Que mais esconde o teu olhar?
Esconde o vento?
Esconde que outro momento
Capaz de me arrebatar?
Porque tens as estrelas na mão?
Porque as roubaste ao firmamento?
E a Lua?
Onde está a Lua?
Porque a tens no coração?
Descubro o teu rio
Onde te banhas nua
Só tu… sem calor, sem frio.
Porque tens asas nos pés?
Porque imitam as aves o teu voar?
Porque insistes em te resignar?
Não vês que o que és
É tudo o que sei cantar?
Porque tens nos olhos o mar?
E com os olhos tens os montes
E tudo o que céu prometeu
Desse azul que inventaste e é teu?…
Porque tens a água das fontes
Cintilando no olhar?
Porque sinto murmurar
As cores com que te quiseram pintar?
Porque tens nos olhos tanta riqueza?
Como encerras em ti tanta beleza?
Porque tens em teus olhos tudo?
E eu fico assim mudo…
Cego pela luz que irradias
E eu fico assim derrotado
Suplicando-te nos meus dias
Para que me alegres o fado…
Porque tens tanto no teu olhar?
É que assim só te sei amar…
E nestes versos que declamo
Ao som das ondas do teu mar
Escrevo simplesmente… te amo

8/Dezembro/2004

Amar-te

Amar-te
É ter sonhos que se contam num beijo
É ter noites com a luz do Sol
É sentir em cada segundo o tempo de uma hora...
Amar-te
É ter-te sem te ter
Imaginar-te aqui tão perto
Tocar-te no vento...

Amar-te
É desenhar o teu sorriso em cada poema
Esculpir nas nuvens as tuas mãos...
É ver nos teus olhos
As linhas do futuro
A inexistência do passado
É chorar-te com alegria
Esperar-te com ansiedade...

Amar-te
É sentir na tua voz
Cada um dos teus desejos
É pegar na tua mão
E amparar o teu caminho
É observar-te ao longe
Atento aos teus gestos...
Amar-te
É completar as tuas frases
Dizer o b se disseres o a
Trazer-te a água
Antes mesmo de teres sede...

Amar-te
É pensar em ti
E depois pensar em ti
Para novamente pensar em ti...
É sorrir quando sorris
Chorar quanto te entristeces...
Respeitar o teu silêncio
Mesmo que a solidão doa...
Amar-te
É dedicar-me a ti
É mostrar-me a ti
É oferecer-me a ti...

Amar-te
É dar-te tudo o que tenho
Tudo o que sinto
Tuto o que sonho
É ter um coração inteiro que te quer
Um corpo inteiro que te respira...

13/Dezembro/2004

Lentamente

Lentamente toco teu rosto
Receio ferir a beleza com que me deslumbras...
Fico olhando...
Absorvendo em meus dedos
Cada contorno daquele toque
Fico decorando a textura da tua pele
Guardando na memória cada emoção que me fazes viver...
Sento a magia nos teus olhos
O aroma dos teus cabelos
E deixo-me contagiar pela serenidade com que respiras...
Pego na tua mão e os meus lábios amedrontados
Sentem a doçura do teu gesto
Enquanto os meus olhos se turvam pedindo a eternidade daquele momento...
Abraço-te num movimento suave porque és nuvem...
Sorris e sinto-me percorrido por sensações desconhecidas...
Que me prendem em ti... que me aprisionam no teu olhar...
Sinto-me percorrido por um amor imenso
Que não posso nem quero negar...

6/Novembro/2004

Descobri

Esta noite descobri a voz da saudade.
Ouvi-a falar-me de amor
Senti-a chorar de amor
Deixou-me derrotado com a sua amargura.
Escutei a voz que me sussurrava o teu nome...
A voz de que tanto fugi de ouvir
Mas que é cada vez mais forte...
Finalmente, entendi o que o silêncio em que vivo tanto me quis mostrar...
Sinto-me morto sem ti...
Sem calor ou frio... sem sono...
Capaz de me deitar por terra sofrendo todos os males do mundo
Incapaz de me levantar... incapaz de lutar
Tenho medo de te ter perdido para sempre
Mesmo que saiba que nunca te tive.
Guardei as lágrimas que hoje chorei por ti
Para que fiques com elas...
Mas receio que as não queiras....

26/Setembro/2004

quarta-feira, 5 de abril de 2006

Luz apagada

Estou de luz apagada.
Estou a ver se descortino
As sombras que me enchem os ouvidos de sons estridentes.
Estou à espera de deixar de estar à espera...
Disseram-me que em breve passa por aqui uma brisa
Ela que venha...
Ela que venha...

5/Abril/2006

segunda-feira, 27 de março de 2006

Corpo que grita

O meu corpo grita o amor
Sinto-o quase enlouquecer
Com cada lágrima de saudade que não consigo guardar
Dentro do coração triste quero correr para ti
Levar-te todo este sentimento
Que me arrebata a cada dia que passa
Que toma conta de mim sem que lhe possa resistir...

Grito que te amo
Porque preciso de gritar ao mundo
Que és a mais luminosa das estrelas
Que és um rio sereno e tranquilo
Onde vejo reflectidos todos os meus sonhos de amor...

28/Novembro/2004

domingo, 26 de março de 2006

Tanto te escrevi

Já tanto te escrevi o meu amor
Tantas vezes te falei dos ventos... dos mares... dos céus...
De todos os instantes em que te lembro
Em que te sinto a falta...
De como em cada um desses instantes
A frescura dos ventos... o sabor dos mares... a grandeza dos céus
Te trazem até mim envolvida pelos meus braços...

Já tanto te escrevi o meu amor
E continuo sem conseguir medir
A intensidade deste sentimento que cresce a cada ausência tua...
Já não contenho toda a emoção
Com que te desenho nas paredes do meu quarto
Já não nego o amor que te dedico
O olhar que para ti guardo...
O beijo com que meus lábios te esperam...
Todas as palavras têm o teu nome
A forma do teu corpo... o som da tua voz
Porque tu és todas as palavras de amor
És todos os sonhos com que te amo...

9/Setembro/2004

Gosto de te ver

Gosto de te ver
De me sentar
E te conhecer
Traço após traço...
De te decorar
Em cada pedaço
Da tua pele macia
Sempre tão quente
Na minha alma fria
No meu coração carente...

18/Janeiro/2005

terça-feira, 21 de março de 2006

Parece pouco

Quis encontrar uma nuvem
Para nela moldar os contornos do que sinto...
Quis encontrar uma rosa e colocar nela todas as palavras
Que não consigo descobrir para te falar de amor.
Procurei sem cessar
Um gesto para te surpreender...
Queria cantar-te todos os momentos
Em que sonhei acarinhar-te
Em que me imaginei
Voando contigo sobre todos os sonhos que nunca realizei...
Dançar contigo uma melodia para te abraçar
E sentires o bater do amor que escondo dentro de mim.
Estou aqui... tentando encontrar uma forma de chegar perto de ti...
Sem que a voz se deixe prender pelos medos que me roubam
E me fazem chorar todos os pedaços
De uma tranquilidade que me abandona
A cada minuto... a cada segundo...
Quis encontrar uma nuvem
Para com ela escrever o meu amor por ti
Porque as palavras que aprendi
Não me falam dele como eu o sinto.
As palavras que sei...
Amo-te...
Parece tão pouco...
Perto do tanto que te queria dizer...

15/Setembro/2004

segunda-feira, 20 de março de 2006

Claridade...

aab.jpg

Claridade

Ontem vi-te...
Parecias flor... mas também eras céu...
Teus olhos imensos... como nunca...
Teu corpo sublime... como sempre...
Dei-me a ti
Num momento em que foste irresistível
E arrebatado... como nunca...
Maravilhado... como sempre...
Me senti devorado pela claridade que emanas...
Ontem vivi...
Como nunca...

21/Março/2005

São para ti

O vento que corria perguntou-me...
Para quem escreves?...
É para ela...
É para ela que escrevo...

Os rostos na rua...
Intrigavam-se...
Para quem sorri ele?...
É para ela...
Disseram os meus olhos...
É para ela que sorrio...

Os teus lábios
Perguntaram aos meus...
São para mim esses poemas?...
Sim... são para ti...
Confessou-te o meu beijo...

31/Janeiro/2005

Não consigo escrever

Não consigo escrever
Porque a saudade me dói
Porque a solidão de te não ter
A sinto na alma e me corrói
Me deixa incapaz de sorrir
Me deixa incapaz de dormir.
É uma dor que persiste
No pranto que guardo no peito
É um poema triste
Com que à noite me deito
É lágrima que sinto correr
Em meu rosto sem se deter...
A saudade que de ti sinto
Não me deixa escrever
Porque em cada verso minto
Procurando em vão esconder
Todos os meus lamentos
Todos os pedaços de solidão
Que em todos os momentos
Se apoderam do meu coração...
Penso em ti e morro
Penso em ti e corro
Feito louco para te encontrar
Para me deliciar com teu olhar
Porque és feita de magia
Porque és feita de ternura
És doçura que contagia
Sorriso na minha amargura...
Vou contando com ansiedade
As horas que vão passando
As horas que com maldade
Me olham assim chorando
E para longe te levam
Longe de mim te guardam.
Não consigo escrever
Porque o poema que invento
É espelho do sofrimento
Que não deixo de viver
Quando nas noites sem ti
Releio as lágrimas que te escrevi
E lentamente vou entendendo
Toda a grandeza deste amor
Toda a razão desta dor
Que no meu peito vai doendo...
Não consigo escrever
Porque em todos versos
Coloco toda esta tristeza
Que não me deixa adormecer
Os meus receios submersos
A ansiedade da incerteza...
Queria dar-te apenas
As rimas que sinto por te amar
Ignorar todas as penas
Da saudade de te abraçar
Queria apenas compor
Poemas de felicidade
Para te falar do meu amor
Sem sentir a vontade
De chorar a minha dor...

31/Outubro/2004

Antes de dormir

Não queria adormecer
Sem pensar mais uma vez em ti
Porque sempre que o faço o meu corpo vive
Sempre que te lembro
O sangue corre mais veloz nas minhas veias...
Imagino-te aqui
Fecho os meus olhos... e vejo-te...
Lentamente vou desenhando todas as linhas do teu rosto.
Pinto de suave amarelo a luz do teu olhar...
Com um ténue rosa dou mais cor
À tua doce pele...
Pinto as tuas mãos com as cores da minha saudade
Levo horas sem fim para retratar o teu sorriso
Que é tão mais belo do que alguma vez possa desenhar...
Estendo a minha mão...
Meus dedos tremem...
Toco na ilusão do teu corpo
Sinto o teu aroma neste sonho de ti
Quase acredito que és realidade
Meu corpo estremece...
Procuro refúgio nas lembranças
E voo para teus braços...

16/Outubro/2004

Coração chorando

O coração vai chorando
E o corpo definhando,
Vai esquecendo de viver...
Entregue à loucura
De um frio que vem aquecer,
Entregue a este fado
De perder o que se procura.
Estou só, desesperado...
Olho o horizonte
E as lágrimas saltam
Como água de uma fonte
Como chuva em noite de Inverno.
Penso nos beijos que me faltam,
Desisto do amor que me fugiu...
Sinto o calor do inferno
Que me gela o coração...
Chamo por quem nunca me ouviu,
Vou juntando tristes pedaços
De um puzzle sem solução.
Vou recordando um abraço
Que nunca me reconfortou...
E tudo para que não chore,
E tudo para que não sinta.
No abismo onde estou
Engano a solidão que sei de cor...
E peço-lhe que me minta...
Que me deixe acreditar
Que tudo é um pesadelo
E que quando acordar
Sinta um afago no cabelo
Sinta um beijo no coração
Me dizendo estar tudo bem.
Que me deixe na ilusão
De que o amanhã ainda vem...

Setembro/1999

Que palavras...

Não sei que palavras escreva
Para te dizer quanto te amo
A impaciência com que escrevo
E em seguida risco todas as frases
É a impaciência de te querer dizer
O que nunca te consigo dizer...
Não encontro palavras
Que expliquem o que me transborda
O que é maior do que o que meu olhar alcança...
Palavras para definir
O que seria o dia sem os teus olhos
A noite sem a tua lembrança...
O que seria viver sem te pensar
Dormir sem te sonhar...
Queria definir o quanto te amo
Para sossegar o meu coração
Que tanto te quer dizer dos seus desejos
Te mostrar como forrou suas paredes
Com as imagens do teu sorriso
Com os sons da tua voz...
Não sei que palavras escreva
Quando um olhar apaixonado
O esboço de um tímido beijo
Vale mais do que qualquer palavra...

31/Outubro/2004

domingo, 19 de março de 2006

Juntei...

Juntei todas estas lágrimas
Com que construo a minha saudade
E com elas te faço este poema...
Com elas te conto do amor
Que sinto em cada poro da minha pele...

Peguei em todas as palavras que conheço
Para te compor uma canção
E nela te cantar o que és para mim
Mostrar-te como o meu dia
É melhor por te esperar... mesmo que demores a vir...
A alegria de te ter ainda que por breves instantes...

Quero correr para ti
Levar-te todo este sentimento
Que me arrebata a cada dia que passa
Que toma conta de mim sem que lhe possa resistir...
Gritar que te amo
Porque preciso de gritar ao mundo
Que és a mais luminosa das estrelas
Que és um rio sereno e tranquilo
Onde vejo reflectidos todos os meus sonhos...

21/Novembro/2004

sexta-feira, 17 de março de 2006

Sempre

Cai a noite
Deito-me na cama procurando os sonhos
Procurando ganhar asas para voar para junto de ti.
Sem pressa vou fechando os olhos.
Deixo-me levar por pensamentos... por lamentos... pela saudade...

Vejo-te balançando o teu corpo... provocando-me
Fazendo o meu coração bater mais depressa.
Sinto vontade de te tocar, de provar tua pele...
A saudade que me invade a alma
Deixa-me triste... deixa-me alegre...

Tu és o meu porto de abrigo
Onde me refugio depois da tempestade.
Tu és o cobertor, és a brisa,
És o açucar que adoça o café amargo.
O meu coração corre como louco tentando chegar-te
A ansiedade tranquila que sinto em mim faz-me sorrir...

Passo as mãos pela cama na esperança de te descobrir...
No entanto, encontro apenas a tua recordação.
Os lençóis que ainda guardam o teu cheiro...
Nas almofadas o esboço do teu sorriso ainda repousa suavemente.
No meu corpo, ainda sinto a leve pressão das tuas mãos...

Saudades, amor... saudades...
Preciso de ti para viver como de todas as partes do meu corpo.
Levas-me à loucura...
Quero fazer amor contigo...
Para sempre...

8/Abril/2000

Acordar

Olhos tristes... alma sem vida...
Fechada neste buraco onde sozinha procura
O rumo... o sentido...
Onde sozinha vai chorando
Lágrimas de sangue... de medo...

Dias cinzentos, sem música
As noites frias arrefecem o coração.
E aumenta a dor nesse peito sofredor...
E a dor é forte,
Mais forte que tudo,
Mais forte que a vida,
Mais forte que a morte...
Esse buraco... refúgio... abrigo...
Esconderijo predilecto
Quando nada parece real
Quando tudo parece pesadelo...

Acabou-se o sonho e por isso dormes
De olhos bem abertos para a dor não te fintar.
Para a dor não te iludir de novo...
Até que um dia...
Uma tímida luz toma conta dos teus olhos
Uma ténue esperança traz um pouco de vida à tua alma.
Ao longe uma música faz-se ouvir
Cada vez mais alto... cada vez mais clara...
Nesse buraco as paredes desmoronam-se...
Os dias são mais longos... mais bonitos... mais apetecíveis...
A noite é mais quente
E o coração bate de novo... ansioso...
A dor já é leve... passado... já é recordação.
Não recordação triste... mas apenas recordação...

E o refúgio torna-se ridículo
E o abrigo torna-se sufocante
É tempo de viver... é tempo de emoções
É tempo de amar outra vez...
E a vida espera-te na mesma esquina onde a abandonaste...
Ela espera-te... alegre... saudosa
Pronta para te fazer feliz
Pronta para te fazer infeliz
Pronta para te fazer viver...

Julho/1999

quinta-feira, 16 de março de 2006

Ousadias

Nunca ousara, em sonhos sequer
Querer para mim tal emoção
Sentir a tua forma de ser mulher
Arrebatar assim meu coração...

És magia jamais inventada
Que eu sem o saber procurava
Flor todos os dias renovada
Cuja semente há muito amava...

És tudo o que não conhecia
Toda a revelação em meu olhar
Tudo o que a alma me pedia...

Descobri-te dentro da minha vida
Eternamente te irei guardar
Para não ter de a sentir perdida...

16/Janeiro/2005

Versos

Estive a ouvir
Versos de amor que me falavam de ti
Em cada som te beijei
Em cada palavra te abracei...

Dei por mim
Chorando lágrimas de saudade
E em silêncio
Cantei-te os versos da minha alma...
Versos de todos os desejos secretos
Que não tenho coragem de partilhar contigo...

31/Outubro/2004

terça-feira, 28 de fevereiro de 2006

És poesia

És poesia
És verso de amor
Que rima com o vento
Que fala com os mares...
És poema
Escrito pela mão da saudade
Cantado pela voz da solidão...
És linha decorada no meu coração
És palavra amor que escondes em ti...

És ternura
Em forma de rosto
Seda em forma de mãos...
És doçura
Que esbanjas em teus gestos
Que dança na melodia da tua voz...

És flor
Que espalha o teu cheiro e te veste de veludo...
És sorriso
Belo, único, luminoso
Que inventa o sol e ilumina as estrelas...
És nota de música
Que te molda nas nuvens
Te toca nas cordas de uma viola
És sonho
És lágrima que corre em mim...
És amor
Que sinto crescer em meu redor
Que me faz estremecer a cada pensamento de ti...
És amor... que me faz viver...

6/Novembro/2004

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

Ao teu encontro...

Ao teu encontro

Trago o mar dentro de mim
Abraço todas as distâncias e venço-as num segundo.
Sinto-me transportado por todos os ventos
Para o lugar de todos os lugares
Para o momento reunião de todos os momentos.
Uma paz desconhecida preenche todos os poros de minha pele
Um sorriso esquecido luta para ser de novo ouvido.

Viajo ao encontro do que não sei
Sem pressa, sem ansiedade
Como se confiasse no destino.
Viajo ao encontro de ti
Tesouro desaparecido... semente por nascer...
Viajo ao teu encontro
E de ti nada espero a não ser tudo...
Tenho medo das lágrimas que chorarei perto de ti
Medo dos medos que sentirei perto de ti
Mas irei...
Porque me diz para ir o meu coração
Porque me diz para ir a minha razão
Abraço todas as distâncias e venço-as num segundo
Vou ao teu encontro porque assim preciso...

23/Setembro/2004

Consciência

Tomei consciência do universo
Quando te descobri para além das grades da minha prisão...
Tinha nos pés os quilómetros da desilusão
E nas mãos marcas de arame farpado...
Sentava-me horas esquecidas
Contando as incertezas absolutas da minha vida
Guardando em caixas feitas de ouro todos os medos a que me entreguei...
Construí um mundo onde só eu crescia
Onde só existia a árvore que me dava sombra
A fonte onde alimentava a minha sede...
Nas paredes de ferro desta dormência
Desenhava com pensamentos de sangue
Todos os caminhos que negara percorrer...
Todas as Luas cujos brilhos me amofinaram
E em silêncio destruíram a seiva de que quase desisti...
Ansiosamente, chamava a escuridão
Para nela, meus olhos rastejantes
Depositarem cobardes lágrimas que nunca ousariam um beijo de luz...
Nas paredes de ferro deste repúdio
Transcrevi todos os sonhos abandonados
Relatei todas as dores que me oprimiram
E assenti juras de solidão eterna...
A furiosa pena batia em desespero nas espessas grades
Em insuportáveis ruídos que estrangulavam as vozes
Que me gritavam castelos de coragem...
Acabrunhado, ouvi o vento numa das fendas do meu corpo...
A frieza do ferro, por instantes, pareceu distante...
E senti a tua mão trazendo o amanhecer segundos antes da suprema renúncia...
E vi teus olhos, teu corpo, teu sorriso...
E vi o meu mundo desabar
Destruído pelo soprar das tuas palavras...
E comecei a viver todos os nãos a que me havia condenado...
No teu olhar vi aquele mar distante
Aquele mar que não existe para os mortais...
Aquele mar sereno de beleza e magnitude...
No teu corpo encontrei os traços de um futuro
Que sempre desejei tocar com meus dedos...
E no teu sorriso vislumbrei toda a vida
Que temeroso julguei não me ter sido concedida...
Em ti tomei consciência do universo
Da impotência perante o amor
Amor em forma de rosa de cores só tuas
Amor em pedaços de ternura que a cada minuto te ofereço...
Gravei-te no mais íntimo dos meus esconderijos
Mostrei-te o mais recôndito dos meus lugares
És parte de mim, indivisível...
És mulher que amo sem condições...
Mulher das estrelas, dona da Lua...
Que guarda o Sol em seus braços
Filho a quem ensina o nascer e o pôr...
És mulher que amo
Como ainda ninguém escreveu
Como ainda ninguém cantou...
Mulher a quem dedico todas as lágrimas da emoção
Com que tranquilamente te espero...

12/Abril/2005

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Sentado

Sentado
Vejo-te passar e chamo-te...
Fica comigo
Ouve o que tenho para te dizer...
Sabes?..
Hoje quase senti o teu perfume
Quando acordei de manhã
Hoje quase chorei
Quando imaginei um não teu...
Dá-me a tua mão
E deixa-me pensar que ela é minha para sempre
Olha comigo o horizonte
E partilha os meus sonhos
Para que eu não os pense tão ingénuos
Tão impossíveis... tão sonhadores
Dá-me o teu corpo para que o abrace
E te envolva com o que não mais consigo guardar dentro de mim...
Dá-me o teu sorriso
Para que o veja quando nada mais tenho para ver.
Dá-me o teu olhar
Para que encontre dentro dele a ternura de um beijo...
Fica comigo
Ouve o que tenho para te dizer...
Sabes?
Hoje pensei que te amo...

13/Setembro/2004

Partes de ti

Juntei as partes de ti que em mim deixaste
Misturei-as com o sabor do teu corpo
E percorri com os meus dedos cada uma das tuas linhas...
Senti o cheiro dos teus cabelos perfumar o meu rosto
E num breve fechar de olhos refresquei-me com os teus lábios.
Senti a tua pele deslizar sobre a minha
Numa sensação tão única quanto inesquecível
Como se todos os relógios suspendessem as horas a nosso pedido...

Juntei as partes de ti e misturei-as
Com todos os poemas de amor que conheço
Para melhor desenhar a saudade que me invade
Em cada segundo dos meus pensamentos
Para melhor te imaginar adormecendo ao meu lado
E em cada instante do teu sono te amar... te descobrir
E em cada instante do teu sono te contemplar e te querer tornar minha...

Juntei as partes de ti com que alimento o meu dia
E sei que de nada mais preciso
Porque cada parte de ti é uma forma de luz que me guia
Rumo a um tranquilo lugar desconhecido
Porque cada parte de ti é um rio onde sorrio ouvindo o teu murmurar...

Juntei as partes de ti e reconstrui-te
Num quadro... numa escultura... numa música...

20/Outubro/2004

Razões

Tenho milhares de razões para te amar
E todas me parecem tão certas... tão deliciosas...
Tenho tantos motivos para te dar o meu coração
E todos me soam tão bem... tão melodiosos...
Tenho dois argumentos belos para te escrever sentidos poemas de amor...
Os teus olhos que me inspiram...
Sempre que fecho os meus para melhor ouvir o que te quero dizer...
Tenho também as tuas mãos que tanto preciso beijar
Para finalmente calar a saudade que me traz lágrimas de amor e dor...

Tenho milhares de razões para te amar
E todas me parecem tão perto de mim
Tão perto que me sinto atordoar
Quando sozinho te encontro presente em tudo o que me rodeia...
Tenho milhares de razões para te amar...
E por todas elas te quero amar...

16/Setembro/2004

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

A solidão

Mais um dia...
Mais um pouco de nada.
Vou ter com o mar... ouvi-lo, senti-lo...
E ele não me escuta... passa por mim, indiferente...
Mar, eu estou aqui... não te lembras de mim...
Por favor, não me abandones...
Nem me olha...
Vai sorrindo, nem me viu...

Uma lágrima basta para me afogar a alma...

No céu, o sol diz que não nasceu para mim.
Pergunto-lhe porquê...não há resposta...
Fixo-o com o olhar... tentando desesperadamente
Que a sua luz me ilumine, que a sua luz me cegue eternamente...
E ele esconde-se, divertido, entre as nuvens...

Uma lágrima cai... suficiente para me gelar o pensamento.

A Lua... talvez a Lua me queira...
Corro para ela ansiosamente...
A Lua, tantas vezes companheira dos meus lamentos... da minha dor...
Onde estás, Lua?...
Não vês que preciso de ti...
Fugiu... levando consigo a paz que persigo...

Uma lágrima basta para me inundar o coração...

Oiço um cantar de aves.
Deixo-me guiar pelo som,
O meu coração parece de novo com vida
Mas cantam por quem ainda sabe sorrir...

Uma lágrima basta para me ensurdecer...

Olho para trás e lá está ela...
Espera-me tranquilamente...
Como se soubesse que não lhe posso fugir.
Não me diz nada... limita-se a olhar para mim...
Não sinto raiva... já não sinto dor...
Olho para trás e lá está ela...
A solidão... a solidão...
Que me rouba os sorrisos... que me rouba as lágrimas,
Que todos os dias me mostra ser impossível viver sem ela.

A solidão...
Leva-me... desisto...
Sou teu...
Antes chorar sozinho contigo
Do que sozinho no meio da multidão...

10/Setembro/2004

Que palavras?

Fecho os olhos pensando nas palavras que te quero dizer
Oiço o bater do coração, tão forte,
Que a vida quase me pede para sair e correr atrás do vento...
A angústia tranquila...
Deixa-me triste,
Deixa-me alegre,
Deixa-me sonhador,
Deixa-me feliz.
Na minha pele ainda sinto a tua.
Nos meus lábios ainda saboreio os teus.
Nas minhas mãos ainda tenho o teu corpo.
As palavras escasseam, quando o momento que se vive vale mais que a própria vida.

Que palavra se equivale
A um beijo trocado... a um olhar apaixonado?
Que palavras podem definir o amor quando este está em todo o lado?
Em cada poro, em cada toque...
Em cada instante de intensa paixão ao lado da pessoa que se ama,
Que palavras podem definir a saudade que se sente
De sentir o amor invadir nosso corpo, tomar conta de nós e nos levar à loucura?
Dizer amo-te é pouco para definir
O quanto te quero e desejo,
O quanto dependo da tua felicidade para também encontrar a minha.
Resta-me o silêncio para melhor te fazer parte de mim.
Olhando-te... beijando-te... acariciando-te...
Sentir-te minha e fazer-te sentir que sou teu.
Para sempre, para sempre…

Março/2000

Busco

Busco dentro de mim as razões deste amor que sinto
E encontro-as em ti…
Em ti que existes no meu respirar…

Nenhuma palavra que escrevo te reflecte na plenitude…
Nenhum sentimento que arde tem o calor que brilha nos teus olhos...
Observo-te sereno e tranquilo
E percorro todos os caminhos contigo na minha mão
Voando sobre muros e torres em liberdade total…
Observo-te e esqueço todas as palavras como se desaprendesse de falar…
Sinto a emoção apropriar-se de mim... o amor em cada lágrima…
Sinto-me preso aos teus passos, refém da tua existência…
Preciso de te tocar... de sentir o pulsar da tua pele...

Desejo beijar-te…
Mas meu olhar não perde o teu…
E rapidamente reprimo os meus desejos
Deliciando-me com o prazer
De partilhar contigo um sorriso
De partilhar contigo um silêncio…

Observo-te e sinto-me impotente
Incapaz de te dizer tudo receando ver-te partir…
Porque te amo numa forma de amor que nunca experimentei
Sem ilusão... sem desconforto... sem desconfiança…
Em que cada dia só faz sentido
Se te disser como és única em que cada momento da tua vida...

Precisas sentir que és amada
Pela beleza que se inspira em ti para tornar belas as coisas belas…

Observo-te e busco dentro de mim as razões deste amor que sinto…
E descubro-as no céu, nas nuvens, nas estrelas…
Em todas as coisas que me lembram de ti
Em todas as coisas que passei a conhecer
Depois de as teres ensinado aos meus olhos...
Descubro-as em todos os lugares onde desejava muito que estivesses…

Busco dentro de mim as razões deste amor que sinto
E encontro-as em ti…
Em todas as frases que não consigo articular
E que são as únicas que te queria dizer…

12/Janeiro/2005

domingo, 19 de fevereiro de 2006

Sinto-me desistir

Ouço o meu fado e não o posso aceitar
Porque me doi muito mais do que consigo suportar...
A lágrima que me visita rasga o seu caminho no meu rosto
Atravessa o meu coração e queima toda a esperança que procurava alimentar...

Olho a Lua e nem na sua luz encontro o conforto
Que tanto preciso nesta noite...

Sinto-me desistir
De todo o carinho que ingénuo procurei...
Sinto a última cena deste filme que represento
Deixando todos os meus dias perdidos no escuro
Sem cheiros ou sons que me guiem...
Subitamente, encontro-me sufocado
Por um oceano de lágrimas e mágoas que serenamente me esperava
Desde que a ilusão me fez acreditar que o tinha deixado para sempre...

Sinto uma tristeza imensa que recuso medir
Sinto a falta do amor com que construi os meus sonhos
A falta do amor com que imaginei os meus sorrisos...
Sinto a raiva e a angústia
A vontade de viver sem coração
A vontade de não viver com esta dor
Que há tanto procuro esconder dentro de todas as ilusões com que me engano...
Mas é forte a voz deste fado que ouço...
Invade os meus sentidos... toma conta de mim
E leva-me com ela sem que lhe possa resistir...

Sinto-me desistir...
Vencido pelas lágrimas que não contenho...

5/Novembro/2004

Lágrimas sem sabor

O que faço de novo com estas lágrimas?
Já as sei de cor mas doem sempre mais cada vez que me encontram.
Estou a chorar como noutras noites... como noutras dores...
Sinto a solidão como em outros amores
Sinto o vazio como em outros sonhos...

Mas a dor...
A dor que me sufoca
Que torna as lágrimas sem sabor...
A dor é indescritível
Percorre o meu corpo vezes sem conta tomando conta de mim
Varrendo-me... fazendo-me perder pequenas ilusões que ardentemente guardava...
A dor... a dor...
Vou deitar-me com ela porque não lhe consigo fugir
Vou chorar no seu ombro porque já não consigo viver...

Novembro/1999

Cada momento

Cada momento contigo é mais do que um momento
É uma vida inteira num minuto... num segundo...
Cada toque na tua mão... cada carinho no teu rosto
É uma lição de amor
Cada sorriso que te descubro é um sonho que invento...

Cada momento contigo é mais do que um momento
É silêncio que nos une... palavras que nunca dizemos
Porque o vento as traz nos braços...

Cada momento contigo deixa-me derrotado
Sem vontade de te ver partir
Dominado pelos teus olhos
Preso às tuas mãos, ao teu corpo...

Cada momento contigo...
Irrepetível... indescritível... incomparável...

4/Fevereiro/2005

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Água fresca

Partiste... finalmente!
Devorarei todos os sonos
Que invejei nas noites alheias...
À luz da eterna Lua
Navegarei entre sonhos de águas frescas...

15/Fevereiro/2006

Lucidez

A lucidez?
Onde está?
Porque a troquei pela inquietação de te perder?…
Será que não leio?… Que não sinto?…
Estas vozes... perdidas no mar…
Puxam-me... levam-me...
Salva-me…
Não me deixes ir…

30/Janeiro/2005

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

És um céu

És um céu
Um céu onde és nuvem... onde és sol
Um céu onde brilhas como a lua... como as estrelas
Um céu onde és luar

És uma floresta
Onde és os pássaros
Onde és as árvores
Onde és cheiro a natureza

És um mar
Um mar onde és as ondas
Onde és o azul
Onde és sabor a sal

És tudo
Um sorriso de criança
Um andar de gazela
Um quadro numa parede
Um toque de viola

És um tesouro
Uma parte maior que o todo
A luz de todos os olhos
O sonho de todas as noites
A chegada de todas as partidas

És uma lágrima
Um sorriso, um abraço
És o amor que se vê
Que se sente e se vive

És as mãos
Que te moldam e te choram
És a saudade que cresce e invade
Traço de pintor
Verso de poeta
És o pôr-do-sol
Abraço num fim de tarde
Bebida quente no Inverno.
És sensações
Um frio nas costas
Um calor no peito
És uma flor de papel
Um tecido de seda
Um barco no oceano
És canção de amor
Voz que seduz
És poema cantado
Poema recitado
És chuva fina
Arco-íris de mil cores
És noite de orvalho
Um beijo pela manhã
Em teus olhos cansados

És tudo o que consigo sentir
És tudo o que não sei dizer

23/Outubro/2004

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Peguei

Peguei na tua mão e colei-a no meu rosto
Cerrei os olhos e com a certeza que move montanhas
E disse amo-te...

Abracei o teu corpo
E naquele instante em que o Mundo desapareceu
A minha alma tocou a tua
E disse amo-te...

O mar veio banhar teus pés e levou-te com ele...
As ondas com as cores da minha dor amparavam o teu caminho...
Fiquei na praia contigo longe de mim...
A Lua olhou-me
Pegou numa lágrima minha
E disse-te...
Ele ama-te...

4/Fevereiro/2005

domingo, 12 de fevereiro de 2006

Rosto...

Beijo no rosto

Uma lágrima beijou o meu rosto
Não sei de onde veio mas lembra-me de ti
Tem o sabor da saudade e lentamente percorre-me a face.
Escondo-me na noite e procuro sentir
Tudo o que os meus olhos depositaram nesta lágrima.
Traz a tua voz, o teu cheiro... e recordo com um sorriso triste
Todas as emoções que descobri perto de ti...
Lágrima de saudade... imensa e única
Porém, o bastante para te trazer num esboço de sonho
Que sorrateiramente me atrevo a sonhar
Quase pedindo licença ao mundo
Para sequer acreditar na simples ilusão de te ter...
Lágrima de saudade com tanto para te dizer
Nela estão todas as palavras que não encontro
Para te mostrar como o meu dia é melhor porque existes...
Uma solitária lágrima... intensa de significado... completa de amor
Porque a choro por ti...
Queria que a visses
Que sentisses o seu calor... que nela ouvisses
O que me preenche o coração...
Uma lágrima surpreendeu-me
Percorreu o meu rosto... tocou os meus lábios...
Senti saudade de um beijo teu
Olhei dentro de mim e sofri em silêncio...

27/Outubro/2004

Inquietação

Procuro entender
A inquietação que descobri escondida nas minhas mãos.
Penso em ti
E um frio louco invade o meu corpo
Antecipando a solidão que já vislumbro e vejo-te desaparecer no tempo...
Tanto te quis dizer antes de ires...
Mas agora já não escutas...
Pressinto a tristeza ao virar da esquina
E penso em ti de novo...
Deito-me na cama e abraço as tuas imagens
Que constantemente se passeiam
Em todos os lugares por onde caminho...
Meu corpo aquece quando ouço a tua voz
Chamar por mim num dos meus sonhos
Olho-te ternamente
Como se os meus olhos fossem donos de todo o amor...
Lentamente vou decifrando a inquietação de te querer
Porque estás presente em todas as partes de mim...
Em cada sorriso meu... em cada lágrima minha...
A inquietação de te amar porque estás presente
No mais profundo de todos os meus pensamentos
No futuro de todos os meus dias...
Guardo esta inquietação com o calor das minhas mãos
Para que não deixes de existir em mim...

29/Outubro/2004

Olhos de solidão

Hoje acordei com olhos de saudade
Escondi-me nas sombras
Para a luz não me mostrar a tua ausência…
Sinto vontade de não ver
Se o vazio do espaço
É tudo o que tenho sem ti…
Sem me aperceber
Caminho em círculos
Dou passos ao acaso
E nas ruas desertas
As pedras no chão
Murmuram palavras que não quero ouvir…
Hoje acordei com olhos de saudade
Com olhos lavados pela dor em forma de lágrima…
Com desejos de te ver num sonho
Te contemplar como a uma musa
E num prazer supremo beijar tua mão…
Uma vez após outra e outra e outra…
Hoje acordei com os olhos no horizonte
Esperando…
Suplicando que as nuvens me tragam um sinal teu
Que os ventos e os mares
Me levem ao teu encontro…
Porque estes meus olhos de saudade
São os olhos com que te amo
Com que te idolatro…
Com que desejo a tua presença…
Hoje acordei com olhos de solidão…

Como explicar

Imensa saudade
Ausência de tudo
Vazio do nada
Tremor da alma
Ansiedade do amanhã
Intranquilidade do agora
Num piscar de olhos todas as lágrimas se soltam
Em cada suspiro murmuro teu nome vezes sem conta...
A espera que sinto no pranto
Os beijos que te prometo em cada secreto pensamento.
A vontade de tudo se em tudo tu estiveres
Como explicar todas as emoções
Que me comandam o pensar
A vontade de te seguir a todos os lugares
Amparo teus passos
Protego teu caminhar...
Como explicar a ideia de te ter
Num sonho perfeito onde o meu amor liberto
Te faça rainha de todos os minutos da minha existência.
Um sonho perfeito... por ti...

17/Outubro/2004

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Natal

Neste Natal
Gostava de te dar tudo aquilo que não existe
Coisas inventadas só para ti...
Assim, por exemplo...
Um extintor de lágrimas...
Uma fotocopiadora de sorrisos...
Uma flor verdadeira que nunca murchasse...
Uma fogueira portátil para levares sempre contigo
E com ela aqueceres a tua alma onde quer que estivesses...
Neste Natal gostava de te dar tudo
Aliás, gostava de te dar o Mundo...
Mas não este Mundo...
Que, pelo que vejo, não é bom para ti...
Dava-te um Mundo à escolha...
Que modelarias com o teu pensamento
O verde das montanhas seria o que quisesses
Colocarias no mar a tua quantidade preferida de sal...
E até a melodia das ondas seria aquela que mais gostas...
Sim... um mundo à tua escolha...
Onde desenharias no céu todas as estrelas que quisesses
Onde a Lua seria do tamanho do teu desejo
E o seu luar brilharia nos olhos de todos aqueles que tivesses escolhido
Para viver nesse mundo criado por ti...
Neste Natal
Gostava de te dar a solução da vida...
A paz nos teus olhos... a tranquilidade no teu coração...
Mas não tenho um truque mágico...
Apenas me tenho a mim...
E às minhas mãos... e aos meus braços... e ao meu coração...
Mas neste Natal são para ti...
Para te segurares na minha mão
Se te sentires cair
Para te abrigares nos meus braços
Se te sentires com frio
Para dormires no meu coração
Se precisares de silêncio...
Neste Natal...
Ofereço-me a ti...
Talvez não seja a melhor das prendas...
Mas é um presente com toda a ternura
Com que vives dentro de mim...

24/Dezembro/2004

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Nuvens

Nas nuvens procurei o teu nome
Enquanto um voar estranho me afastava de ti
Olhei interminavelmente para as sombras
Que quase pintavam o teu rosto
Em silêncio busquei a tua respiração
Esvazio-me aos poucos
Recolhendo em cada vento peças deste tormento para onde me encaminho...
No mar tão longínquo procurei as tuas formas
Nas minhas mãos senti a falta das tuas...
Nesta viagem de errado destino
Tudo me parece trocado
Deixo tudo o que tenho em mim
E parto para perto de nada...

11/Outubro/2004

Finalmente tu

Leio nos teus olhos a força dos ventos
Uma criança assustada... um carinho escondido...
Vejo no teu rosto a esperança dos teus dias
A procura do amanhã... a ansiedade da espera ...
Sinto no teu sorriso o pulsar de um coração
Um tesouro perdido... a vontade de viver...
Leio nas tuas mãos um toque receoso
O vazio de um abraço... a paixão que sonhas...
Vejo no teu corpo a música que vive em ti
A profundidade dos mares... o mistério de ti própria
Vejo em ti que o que escondes é sinfonia...
Vejo em ti que o que reprimes te menospreza...
Segue o teu penhasco favorito
Pede conselho ao sábio dos mares
Sente a força libertadora da vida...
Quando finalmente fores tu
Na plenitude de todo o teu ser
As aves no céu imitarão o teu voar...
Quando fores finalmente tu
E a paz reinar em todos os teus pensamentos
Serás certamente
A mais bela das mulheres...

5/Outubro/2004

Morri por ti

Morri por ti... palavra açucarada
Morri na amargura do teu arame farpado...
Olhei as fendas do teu sorriso
E esventrei o meu caminho de papel...
Colhi a chuva que plantei
E depositei-a em vasos feitos de amanhãs perdidos...
Agora escuto as portas que batem ao vento
Falam-me de cores que nunca misturei...
Vou ver...
Atento...
Curado...

8/Fevereiro/2006

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Sentei-me...

Sentei-me com as palavras

Hoje sentei-me
Com as palavras que conheço...
Olhei-as nos olhos
E perguntei-lhes por ti...
Quis saber quais te descrevem
Quais te conhecem...
Quis saber que palavras
Te dizem... te vivem...
Quis saber de que palavras
São feitos os teus olhos
Que palavras moldam o teu corpo...

Sentei-me com as palavras que conheço
E perguntei-lhes porque me fogem
Porque se envergonham perto de ti...
Porque me deixam só e trémulo
Quando a tua presença faz transbordar
O mar que trago dentro de mim...

Hoje sentei-me
Com as palavras que conheço
Olhei-as nos olhos...
Nenhuma delas sabia de ti...
Afinal, são apenas palavras...
Enquanto tu, meu amor...
És sonho... magia... fantasia...
És tudo...

25/Janeiro/2005

Eu amo-te

Eu amo-te
É o que me diz o vento
Que corre como louco
Cantando o teu nome...
É o que me diz o céu
Quando as nuvens
Compõem o teu rosto
É o que me dizem as flores
Quando cada pétala
Tem o cheiro da tua pele...
É o que me diz o mar
Quando o murmúrio das ondas
Imita a melodia da tua voz...
Eu amo-te
É o que me diz cada lágrima do coração
Cada suspiro da minha alma...

5/Dezembro/2004

Espero por ti

Espero por ti
Sem ansiedade
Tranquilo fico escutando
O murmúrio das árvores
O canto das aves
Sem ansiedade
Vou completando tua silhueta
Em cada sombra
Sentindo o teu perfume
Em cada brisa...
Fecho os olhos
E a ternura com que te quero
Invade todos os meus sentidos...
E sinto o meu corpo inteiro num sorriso...
Espero por ti
Sem ansiedade
Sem pressa
Com vontade de guardar
Todos os teus segundos como pedras preciosas...
Com vontade de te mostrar
As lágrimas que guardei para ti...
Espero por ti
Tenho um beijo
Que muito te quero dar...

2/Novembro/2004

Coração, triste coração

Coração, triste coração,
Como te iludiste...
E agora estás ferido,
Sangrando pelo chão,
Lembras tudo o que sentiste,
E sentes-te perdido,
Profundamente enganado.
Sentes-te só, desesperado...
E eu, como achas que estou?
Que sonhos posso sonhar,
Se nem quero dormir?
Se já nem sei quem sou,
Se tudo o que tenho para me dar
É esta vontade de me extinguir.
A vontade de passar pela vida
Sem ela dar pela minha partida.

Coração, meu triste coração,
Bates sem saber porque o fazes
Vais lutando contra a desilusão
Sem saberes a dor que me trazes,
Sem saberes que cada batida
É faca que sinto cravada
É sentir a minha alma queimada
É mágoa que já me é querida.

Coração, ingénuo coração
Pensaste que era felicidade
Acreditaste na ilusão,
Ignoraste os sinais de verdade,
E, subtilmente, foste fugindo.
Julgando ser esse o teu destino,
Sem força foste perseguindo,
Uma alegria sem razão,
Com fé foste peregrino.
Mas a tua fé esgotou-se,
As forças duraram pouco
O milagre que pedias esfumou-se
E agora sentes-te como louco...

Coração, triste coração...
E eu, o que faço então?
Em ti confiei, em ti acreditei
E tudo o que tenho para viver
É a dura lembrança do que amei
É um terno ódio que me derrota
Esta sensação de estar a morrer
e em que já nada me importa...

Coração, triste coração...
Não te oiço mais...
Espero teres aprendido a lição...
Segue o teu caminho
Nem quero saber onde vais
Que eu fico... sozinho...

10/Setembro/2004

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Lágrimas

Lágrimas
Uma após outra
Arrefecem a minha alma
Anoitecem a minha vida
Dormente
Vou ficando sem respirar
Esperando que a noite chegue finalmente
Para nela me esconder
E nela tentar perder a mágoa
Que me devora
E me tira a força
Para simplesmente viver...
Tento serenar a dor que me preenche o peito
Tento segurar as lágrimas
Que incontidas continuam a correr.
Meus olhos já não aguentam saber
Que nada têm para ver.
E vão chorando sem parar
Todas as dores que nunca choraram...

25/Setembro/2004

Sombras

Fixei as sombras do meu quarto
Senti o teu cheiro numa delas
Fechei-me no silêncio
E procurei a tua voz
Porque dela preciso
Porque dela me alimento
Senti as tuas mãos
E nelas vi a luz da lua
Que suavemente me ilude a solidão...
Acaricio o teu rosto no meu pensamento
Como se fosse o meu respirar
Queria ter-te aqui
Para te tocar
Para te entregar o que não sabia ser meu
O que julgava perdido entre a névoa do passado.
Lentamente
Uma dor no peito
Acompanha o meu olhar
Fico tentando vencer a tua ausência
E te busco
Mesmo sem certeza de te encontrar.
Porque não quero relembrar as lágrimas
Que amanhã vou chorar
Quando acordar sozinho
Sem o teu sorriso
Que tanto me ilumina.
Sem o teu coração
Que tanto me abriga.
Fugiram-me as sombras
Sinto-me perdido
Sem uma esperança de ti...

19/Setembro/2004

Espero

Espero por ti
Nesta noite sem luar
Dia sem sol
Praia deserta
Casa abandonada
Estrada fechada
Espero por ti
No silêncio
Na escuridão
Segurando nos braços
A inexistência do todo
Sentindo a dor
O medo da dor
A loucura do medo
Espero por ti
Nesta esquina
Naquele penhasco
Num qualquer banco
Deitado na solidão
Espero por ti
De mãos ansiosas
Olhos sedentos
Coração suplicante
E esta alma soluçante
Que grava teu nome
Em cada pensamento
Espero por ti
Teus olhos
Teu sorriso
Tua magia
Tua voz
Espero por ti
Vida
Amor
Paz
Espero por ti
Claro!

5/Dezembro/2004

domingo, 5 de fevereiro de 2006

Cabeceira

Tenho à cabeceira o teu sorriso para me guardar o sono...
É ridículo, talvez...
Mas ele guarda-me os sonhos...
Toma conta da criança em que me tornei...
Seca as lágrimas tontas que choro sem saber bem porque as choro...
Pega na minha mão
E enche-a de doces e guloseimas...
De ternuras e carinhos...
É o teu sorriso!...
Aquele que um dia amanheceu na minha alma
E curou a cegueira dos meus sentidos ...
Que posso fazer?
Diz-me...
Se o teu sorriso é tão mais que um sorriso...
É a razão da harmonia entre tudo o que faz de ti mulher...

22/Março/2005

Num poema de amor

Foi num poema de amor que senti de novo a emoção
De te ter junto a mim... de te tocar
E sentir a tua respiração em cada um dos meus dedos....
De sentir o mel do teu corpo em cada um dos meus beijos.

Foi num poema de amor
Que teu olhar de novo me arrepiou quando entraste na minha alma
E descobriste todas as minhas fraquezas
Quando o teu olhar me acarinhou com todo o calor das estrelas
E enxugaste as minhas lágrimas com o teu doce sorriso...
Num poema de amor encontrei todos os momentos que te dedico
Todas as palavras onde te invento...
Encontrei todo o mundo que vi nos teus olhos
Toda a paz que roubo aos teus gestos
Toda a serenidade em que vivo apenas por saber que existes...

Foi num poema de amor que revi os traços do teu rosto
E em todos eles revivi a certeza dos meus passos
Em todos eles me abriguei da pior das tempestades
Foi num poema de amor que de novo beijei a tua boca
Que de novo senti a doçura da tua alma
Que de novo fiz amor contigo...

20/Outubro/2004

Fica comigo

No teu olhar vi luzes desconhecidas
Nas tuas mãos senti o toque das sedas
Na tua boca provei doces sabores
No teu corpo encontrei linhas perdidas.
No teu coração deixei o meu
No momento em que te vi
No momento em que te senti respirar...
Tranquilo beijo-te... sem ansiedade abraço-te...
Com amor quero-te... desejo-te.
Oiço-te nas notas de uma música
Sinto-te no vento que me toca,
Sinto-te nas estrelas... no sol... na noite... no dia...
Sinto-te tão perto que quase acredito que estás mesmo aqui...
Imagino-te à luz de uma vela
Imagino-te à luz da lua
Imagino-te no escuro dos lençois
As lágrimas que choro são súplicas... são desejos...
Fica comigo...
Sempre...

Janeiro/2000

Para ti

Gostava de ser poeta
Para falar da luz do teu sorriso
Do brilho dos teus olhos,
Do doce da tua boca,
Gostava de fazer um poema,
Para escrever sobre o mel da tua pele
A suavidade do teu toque...
Ou então ser pintor,
Para retratar as ruas por onde andas,
Os jardins onde passeias...
Também podia ser escultor
E esculpir cada gesto teu... cada olhar
A maneira como me delicias só de te ver...
Queria ter o talento de fazer arte
Com todo o amor que sinto por ti...
Mostrá-lo a mundo...
Mas não o tenho...
Tudo o que tenho é o sorriso por me lembrar de ti,
A alegria de te sentir minha
O prazer de me sentir teu.
Queria ter muito mais do que isto para te fazer feliz.
Para que saibas que te desejo... te quero...
Dou-te o que demais precioso tenho hoje.
Esta lágrima teimosa que me surpreende de vez em quando
Que me faz sentir tão triste e tão feliz.
Guarda-a... toma conta dela...
É por ti que ela cai..
É para ti que ela cai...

Maio/2000

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Grito em teus braços

Grito em teus braços
A solidão que me consome...
O silêncio em que vivo...
É o amanhã inexistente!
Preciso das tempestades e dos ventos nos meus olhos
Preciso de sentir o gelo na alma... profundo... cortante...
Guarda este instante no teu dia
Não o afastes de ti!
É amor sem grades
Que te ofereço num pedaço de mim...

17/Março/2005

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Difícil

Difícil...
Estou a tentar falar do que sinto
Sem que o que sinto me atraiçoe.
Sinto-me lutar para não dizer
O que tenho vontade de dizer...
As palavras que quero falar
São as palavras que não consigo falar.
Fecho os olhos e tento
Fecho os olhos e lamento.
Vem ouvir o que te quero contar
Sem que tenha de o fazer.
Pensamentos de amor
Misturam-se com restos de dor.
Sorrisos escondidos
Soltam-se a medo
Para logo fugirem para parte incerta.
Sinto um vazio que quero preencher
Mas não sei se deva ou possa.
Vou em louca jornada
Atrás de uma voz longínqua que parece chamar-me...
Talvez volte para finalmente te dizer
Amo-te...

13/Setembro/2004

Em ti

Em ti, vejo a harmonia dos céus... o verde das montanhas
Comparo-te ao voar de uma águia
Imponente... dominadora...
Ao silêncio dos mares... à beleza de um luar
Onde te vejo sorrindo...
Mas também sei que serás chuva... trovoada e tempestade...
Porque de ti fazem parte os dias e as noites, o sol e a lua
Em ti, vejo céus nublados... ventos fortes... chuvas copiosas...
Mas também sinto as manhãs de Outono
As tardes de Primavera... as noites de Verão
Vejo as folhas caídas... as rosas que amanhecem
Vejo uma janela molhada... uma lareira acessa
Em ti, sinto o calor
Em ti, sinto a frieza
Em ti, te sinto reunião de todos os traços
Que te tornam aquilo que és...
E que tanto me fascina sem me iludir
Em ti, vejo o que me mostras...
Vislumbro silhuetas do que tentas esconder...
Em ti, vejo mãos que me enternecem
Em ti, vejo conjunto de tantas coisas inexplicáveis...
Mas reais...

15/Dezembro/2004

Aprisionado...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006

Aprisionado

Fiquei rendido
Perto de ti... derrotado...
Penso na tua voz
E meu corpo estremece
Penso no teu olhar
E meu coração se embriaga
Penso em ti
E a minha alma sorri...

Fiquei rendido
Ao verde dos teus montes
Ao azul do teu céu
Ao voar das tuas asas...
Fiquei vencido
Pelo murmurar do teu rio
Pela força do teu vento
Pelo deslumbrar do teu amanhecer...

Fiquei vencido
Pela certeza das tuas palavras
Pelo calor dos teus passos
Pela leveza do teu gesto
Vencido
Pelo silêncio que me provocas
Pelos sonhos que me conquistas
Pelos desejos a que me obrigas...

Fiquei rendido, vencido...
Aprisionado
Aos momentos que me ensinas
Às horas que contigo não passam
Aos mistérios que em ti abrigas.

Fiquei rendido
A ti... a tudo o que possuis
A tudo o que constróis... a tudo o que és...
Fiquei rendido
À tua essência, ao começo de ti
Ao ponto de partida de todos os teus caminhos
Fiquei rendido...
Sem pensamentos que não te pensem
Sem sentimentos que não te sintam...

13/Outubro/2004

terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Não durmo

Não durmo
Estás aqui
Deitada comigo
Não te toco
Tenho medo que vás
O teu cheiro
O teu respirar
Aqui perto de mim...
Não durmo
Não posso dormir
Porque estás aqui
O teu corpo
Aquecendo o meu
Mas não te toco
Tenho medo que vás...
Os teus olhos
O teu cabelo
Tudo em ti
Estou feliz
Porque estás aqui
Em silêncio sorrio
Estou imóvel
Não te toco
Tenho medo que vás
Não abro os olhos
Tenho medo que seja sonho...

5/Dezembro/2004

És tu

Estava frio
Vagueando pela estrada
Senti o meu olhar nublado...
E no meu corpo a insegurança da noite...
Procurei o mar... como noutras lágrimas...
Encontrei-o sereno... Esperando-me...
Perguntei ao mar pelo sentido da vida
Mostrei-lhe os meus olhos tristes
E o mar murmurou nas suas águas as letras do teu nome
E a minha alma sentiu o mesmo arrepio que me percorre
Sempre que beijo a tua pele...
A meus pés... as ondas adormeciam serenamente
Deixando na areia as pégadas do teu caminho...
E procurei-te....
Senti o teu cheiro...
Disse ao mar que te amava
E ele desenhou o teu rosto com a luz da lua...
Pedi-lhe guarida para as lágrimas...
Prometeu-me que as levava com ele...
Para as entregar nas tuas mãos...
O sentido da vida
Percebi-o nas ondas do mar...
Onde vi o meu sonho... onde vi o meu amor por ti...
És tu, minha princesa... és tu...

11/Dezembro/2004

Escrevo

Escrevo-te estas linhas
Na esperança de que me ouças gritar o teu nome...
Deixo em todas as letras cada um dos meus pensamentos por ti
Esperando que vejas como te guardo dentro de mim...
Escrevendo vou voando pelos meus sentimentos
Em cada palavra que desenho... imagino os teus olhos
Fazendo parte de tudo quanto te quero dizer...
Fico desejando que possas entender
Porque respiro ao ritmo dos teus passos...
Escrevo-te um beijo com cores de saudade
E não resisto a juntar-lhe uma lágrima
Na esperança de que te comovas
E me sorrias como só tu sabes sorrir...
Escrevo...
Porque escrevendo sinto a coragem dos heróis
Esqueço os medos que me roubam o luar das noites...
Porque escrevendo olho em teus olhos
E te deixo navegar nos mares que se revolvem em mim
Cada vez que meu corpo nervoso se sente perto do teu...
Escrevo-te meus desejos... meus sonhos... minhas fantasias
A maneira como te contemplo
Como te reinvento noite após noite...
Escrevo a tua beleza... a tua suavidade
A tua forma de seres única...

28/Outubro/2004

Folha em branco

Convidei uma folha em branco a ouvir o meu amor
Queria muito falar-lhe de ti
Da paz que consigo viver ao teu lado..
E nessa folha em branco fui tentando descrever
Todas as emoções que diariamente recordo como se as vivesse nesse instante.
Fui tentando relatar todos os olhares que descobri em ti
Todas as lições que me ensinaste
Toda a música que teu corpo toca
Todo o céu que me pertence sempre que nos meus sonhos
Louco me sinto voando para ti...
Escrevo linhas sem fim
Porque cada momento contigo
É um conjunto de coisas extraordinárias
Inexplicáveis por simples palavras
Cada toque na tua pele é um somatório de experiências
Que só perto de ti se podem viver.
Escrevo sobre o prazer
De sentir o mundo parar quando te olho
De sentir uma brisa que me percorre inteiro
Quando me aproximo de ti
Sobre o prazer de pegar a tua mão
Sentir a delicadeza da seda
E beijá-la como se fosse uma flor...
Folha em branco...
Se ao menos ela soubesse o tanto que te quero dar
O tanto que te quero amar...

20/Outubro/2004

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Amanhecer por ti

Ver-te
Fim de viagem
Amanhecer por ti
Dar-me...
Todo...
Inteiro...
Sem me querer
Sem me retalhar...
Ver-te
Alma trémula
Mãos inseguras
Chorar por chorar
Ver-te
Emudecer...
Esquecer...
Aprender...
Ver-te...
Ter-te...
Querer-te...
Sempre...
Para sempre...

30/Janeiro/2005

Até sempre

Como me sinto?
Não sei...
Não sinto nada
Mas sinto tudo...
Tudo prestes a nascer.
As flores espreitam
Os pássaros afinam os últimos acordes
O sol insiste em me dar a luz
Não sinto nada!
Mas estou perto de sentir tudo...
Estou tranquilo...
Vejo um caminho
Sigo-o...
Sem a certeza de que é o certo
Mas vou tranquilamente
Seguro de que, voltando
Encontrarei o rumo
Que me trará de volta ao ponto de partida...
Digo até já...
Secretamente, despeço-me até sempre...

Dezembro/1999

Frio estranho

Um frio estranho gelou meu coração
No escuro um labirinto de sombras desconhecidas
Apagou teu rasto... levou teu cheiro...escondeu teu olhar...
Vi-me sozinho junto a um abismo
Que tantas vezes quis saltar.
O meu mundo não existe mais...
Procuro nas gavetas
Pormenores de ti...
Percorro todos os recantos
E em nenhum deles te ouço...
Versos de amor trazem-te de volta
Numa recordação... numa saudade imensa
Que não quero medir... que não posso medir...
Em mim és saudade... dor...
Sorriso tristeque por ti espera
Olhar sem chama que te aguarda...

24/Setembro/2004