Mais um dia...
Mais um pouco de nada.
Vou ter com o mar... ouvi-lo, senti-lo...
E ele não me escuta... passa por mim, indiferente...
Mar, eu estou aqui... não te lembras de mim...
Por favor, não me abandones...
Nem me olha...
Vai sorrindo, nem me viu...
Uma lágrima basta para me afogar a alma...
No céu, o sol diz que não nasceu para mim.
Pergunto-lhe porquê...não há resposta...
Fixo-o com o olhar... tentando desesperadamente
Que a sua luz me ilumine, que a sua luz me cegue eternamente...
E ele esconde-se, divertido, entre as nuvens...
Uma lágrima cai... suficiente para me gelar o pensamento.
A Lua... talvez a Lua me queira...
Corro para ela ansiosamente...
A Lua, tantas vezes companheira dos meus lamentos... da minha dor...
Onde estás, Lua?...
Não vês que preciso de ti...
Fugiu... levando consigo a paz que persigo...
Uma lágrima basta para me inundar o coração...
Oiço um cantar de aves.
Deixo-me guiar pelo som,
O meu coração parece de novo com vida
Mas cantam por quem ainda sabe sorrir...
Uma lágrima basta para me ensurdecer...
Olho para trás e lá está ela...
Espera-me tranquilamente...
Como se soubesse que não lhe posso fugir.
Não me diz nada... limita-se a olhar para mim...
Não sinto raiva... já não sinto dor...
Olho para trás e lá está ela...
A solidão... a solidão...
Que me rouba os sorrisos... que me rouba as lágrimas,
Que todos os dias me mostra ser impossível viver sem ela.
A solidão...
Leva-me... desisto...
Sou teu...
Antes chorar sozinho contigo
Do que sozinho no meio da multidão...
10/Setembro/2004
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