domingo, 21 de maio de 2006

A tua lágrima

Peguei na tua lágrima e guardei-a nas minhas mãos...
Nela senti a turbulência dos mares que te revolvem...
Senti a textura das mágoas que escondes entre cada sorriso...

Coloquei a tua lágrima mais perto do meu coração
E então ouvi...
Ouvi todos os gritos que te escurecem os dias
Ouvi todos os ruídos que te perturbam o caminhar...
E então senti...
A tristeza que teus olhos dissimulam
As algemas que te aprisionam...
As barreiras que não consegues destruir...

Peguei na tua lágrima e guardei-a no meu coração...
E todos os dias pedirei ao sol que nasça no teu olhar...
Pedirei à Lua o seu luar para com ele te fazer sonhar...
E o meu coração baterá mais forte...
Tão forte que o ouvirás cantar-te canções de embalar
Tão forte que no teu rosto sentirás todos os carinhos que tenho para te dar...

Peguei na tua lágrima...
Beijei-a...
E guardei-a no meu coração...

16/Dezembro/2004

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Contigo esta noite...

Contigo esta noite

Sonhei contigo esta noite...
Faziamos amor
Mas não havia deslizar de corpos
Não havia a loucura dos lábios...
Faziamos amor...
Tanto amor...
Nossos olhares deram as mãos...
E eu fui noite
E tu foste Lua...
Tu foste céu
E eu nuvem...
O meu coração abraçou o teu...
E fui jardim
E tu perfume de rosas...
Fui árvore
E tu o verde das folhas...
Eu fui mar
E tu vento
Que cria as ondas...
Faziamos amor...
Tu eras pássaro
E eu as tuas asas...
Eu era montanha
E tu neblina repousando...
Eu era boca
E tu a minha voz...
Faziamos amor...
Tanto amor...
Muito mais que respiração acelerada
Muito mais que pele beijando pele
Faziamos amor...
E os meus olhos foram os teus...
E o teu sorriso brilhou no meu rosto...
E faziamos amor...
Sem corpos...
Sem lábios...
Apenas amor...

9/Dezembro/2004

Linha escondida

Encontrei uma linha escondida
Que julguei de um poema que tanto te quero fazer
Declamar tuas mãos... o teu abraço... a tua ausência
Cantar as tuas pétalas como se fosses flor
Beber da tua água como se fosses fonte.
Mas nessa linha escondida
Não vi as palavras que me falam de ti.
A música que ouço
Quando em meus pensamentos me uno a ti num beijo azul de céu.
Nem encontrei a doçura da tua pele quando a toco com a minha mão...
Mão sedenta... mão carente de ti.
Nessa linha escondida
Não li o carinho com que meus olhos te envolvem
As lágrimas com que choro o meu amor
A ternura que coloco em cada beijo em ti...
Nessa linha escondida
Encontrei apenas a ansiedade
Da inquietação de te querer contar o mundo
O meu mundo...
Onde és rainha, flor, montanha, céu e mar
A inquietação de te mostrar
A raiz da minha alma
A verdade que habita em mim
Desde que te descobri...

4/Dezembro/2004

Análise

Pensei na profundidade das palavras... na clareza do sentimento
Peguei em toda esta saudade e analisei-a sob todas as formas
Interpretei todos os sinais
Vi as partes mais tímidas e descobri a fonte destas noites sem sono...
Descobri este amor que cresceu sobre uma pedra a que chamo tempo
Mas a que também posso chamar verdade...

Peguei em toda esta saudade... estudei os seus componentes...
E achei lágrimas indefesas que trazem o teu rosto em seus olhos
Achei versos e poemas que desenham o teu corpo...
Ouvi pianos e guitarras... palmas e vozes que cantam a tua beleza...

Pensei na profundidade das palavras e disse que te amo...
E fiz mover montanhas... e fiz nascer o Sol...
E fiz a Lua dar-me o seu sorriso
Para te oferecer o luar sempre que quiseres

E disse que te amo
Com a suavidade de um beijo...
Com braços para te envolver em mantos de mel e veludo...

Peguei em toda esta saudade e sentei-me a contemplá-la...
E nela vi tudo o que vejo em ti
Todo o tesouro que trazes...
A dimensão de ti que desconheces
A humildade com que te reduzes...
Peguei em toda esta saudade
Analisei-a sob todas as formas
E disse que te amo...
E disse que te amo...

5/Dezembro/2004

Onde te escondes?

Onde estás?... Onde te escondes?
Porque vives nesse castelo?
Não vês que mereces muito mais
Do que essas paredes de pedra que te gelam o coração?
Onde está a mão que devia levar-te a ver o mar, a Lua, o sol e as nuvens?
E porque essa mão te dá as pedras frias
Com que ergues esse castelo em que te escondes do Mundo?
Diz-me, por favor...
Não sentes que não sorris...
Não sentes que consigo ver todas as lágrimas que ainda não choraste...
Que consigo ouvir os gritos que a tua alma ainda não te segredou...
És tão diferente... simples... doce...
Não vês que os teus melhores sorrisos
São aqueles que ainda não viveste
São aqueles que estão guardados nas estrelas
Esperando que os busques numa noite de intenso luar...
Onde estás?
Sinto-te lutar... Sinto que procuras uma fenda...
Uma pedra solta que faça esse castelo ruir...
Sinto que acreditas...

31/Dezembro/2004

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Novo

Sem a pressa dos ventos
Ergo firme
As palavras com que falo o meu dia.
Cada sílaba, cada pedra, cada tijolo...
Lavo os olhos nos sons da minha nova voz...
E abraço-te, Sol...
E beijo-te, Lua...

12/Maio/2006