Saio com pressa de não voltar
Não deixo portas abertas para não me tentar…
Saio com pressa de não olhar para trás
Deixo em cada lugar um pedaço da vida....
Para que não me persiga, para que não me roube
A pouca esperança que ainda mora no caminho que percorro...
Saio em busca do que não conheço
Saio em busca sem saber o que busco.
Preciso de saber o que preciso...
Todas as cores me são iguais,
Todos os olhares me atraiçoam...
Prefiro nem olhar
E caminhando vou fitando o infinito...
Sinto-me cansado...
Sinto-me capaz de parar
Preciso parar...
Não consigo...
E num súbito movimento
De novo corro como louco
Fugindo de nada, de tudo...
Fugindo de mim...
Sinto-me cansado...
Capaz de morrer...
Incapaz de sofrer...
Seguro nas mãos o tremor da minha alma,
Guardo em meus braços o silêncio que me sufoca...
Fecho os olhos...
Quero dormir...
Para quando acordar não sentir,
Simplesmente não sentir...
Se assim não for...
Prefiro dormir...
Para sempre...
Outubro/1999
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