terça-feira, 31 de outubro de 2006

Momentos

Em todos os momentos da tua ausência
Senti que te amo...
Em cada segundo desta espera desesperei...
Em cada instante da tua ausência
Fechei-me ao mundo... ignorei as horas
Não diferenciei o dia da noite...

Fechei-me em mim
Isolado de todo o movimento
De todos os ruídos... e esperei-te...
Segurando em meus braços
Todo o amor que cresce em mim...
Guardando em meus lábios
Todos os beijos que sonhei para ti...

Sem ti nenhum lugar é lugar
Sem ti nenhuma luz é luz...
Esperei-te
No silêncio das lágrimas... no frio da solidão...
E em cada momento da tua ausência
Senti que te amava...
Porque não tive pensamento
Que não te pertencesse...
Não chorei lágrima que não tivesse o teu nome...

Em todos os momentos desta espera
Me senti adormecido para a vida
Sem rumo... sem horizonte...
Senti que te amava
Porque preciso de ti
Porque te esperaria sempre
Com a mesma ansiedade... a mesma ternura...
Com que te digo...
Amo-te...

5/Novembro/2004

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

O teu olhar...

O teu olhar

Quando me encontrar com os teus olhos
Vou ser feito de vidro...
Vou ser transparente...
Terei na pele desejos e sonhos
Pedaços de ti desenhados pelo céu...

Terei o mar guardado no olhar
E pedir-te-ei que navegues em mim
Que percorras as encruzilhadas
Onde me perdi... onde me destruí...

Terei a verdade nas minhas mãos
Com ela tocarei o teu rosto
E em silêncio
Ouvirás o meu coração chorar o teu nome...

Terei no corpo
A inspiração dos poetas
A liberdade dos pássaros
A força do ventro
Quando me encontrar com os teus olhos
Serei transparente... feito de vidro...
Sentir-me-ei tremer
E deixarei a teus pés o poema da minha vida
Escrito com o teu sorriso
Com o brilho dos teus olhos...
Deixarei a teus pés
Este amor com o teu nome...
E ficarei olhando para ti...
Seduzido... imóvel...
Decorando cada instante teu
Sentindo que além de ti não há o que procurar
Perder-me-ei em cada momento
Sem me aperceber de que o tempo parou

Quando me encontrar com os teus olhos
Oferecer-te-ei lágrimas de felicidade
E em cada uma colocarei
Uma parte de mim...
Uma parte do coração
A palavra amo-te...

6/Dezembro/2004

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Preciso

Preciso de ti
Adormecida nos meus braços
Entregue ao amor que te dedico...

Preciso de ti
Naquela praia onde os sonhos são eternos...

Preciso de ti
Para voarmos sobre os campos...
Sobre a escuridão…

14/Fevereiro/2005

Longa noite

A noite vai longa...
O sono que perdi no dia em que partiste
Continua em parte incerta...
Sinto um frio no corpo que me gela o olhar...
Procuro consolo em velhas canções de amor
Tentando descobrir-te cantada numa delas...
Mergulho em cada acorde
Procurando teus lábios... procurando tua voz... teu corpo
Por vezes, encontro o teu rosto desenhado numa rima
Noutras, sinto a harmonia do teu gesto na voz de uma guitarra...
E sonho acordado
Em te cantar a música com que te amo
A música que fiz para ti com lágrimas de saudade
A música que meus olhos tocarão só para ti
Quando perto dos teus viverem felizes...
Um piano toca os teus passos
E chora-te em cada nota
Partilhando a dor que meu coração abriga...
Em cada palavra cantada
Te vejo e te sinto...
Aqui tão perto de mim
Aqui tão dentro de mim...
E sinto um prazer desmedido
Por te amar desta maneira
Por encontrar em ti
Toda a razão da emoção
Com que te recordo, te aguardo...
De coração aberto para te receber...
Se um dia precisares...

4/Dezembro/2004

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Conquista de paz

Sentei-me a ouvir a chuva
Cada pingo traz-me ao dia de hoje
O olhar triste de ontem.
Reparo na semelhança
E sinto em mim a melancolia
Que tantas outras vezes senti
Quando a chuva parecia
Chamar por mim.
A chuva cai dentro de mim
Como lágrimas que tanto quero chorar.
Olho os meus dias
E são mais os olhares distantes
Do que os sorrisos
Porque é assim?
Se o que quero da vida
É tão pouco...
Comparado com o que preciso
Sinto uma dor profunda
Tão intensa que recuso medi-la
Tão intensa que quero ignora-la
Para não me dar conta
Da minha realidade
Da solidão em que realmente vivo
E que em momentos tão raros
Finjo desconhecer...
Pela janela conto os dias
Pergunto-me se faltará muito
Para conquistar a paz...
Uma paz que me embale o sono
Que me faça dormir todas as noites
E não me deixe acordar...

4/Outubro/2004

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Se procurares

Se procurares
Encontrarei...
Se sorrires
Sofrerei teus males...
Se voares
Dar-te-ei as minhas asas...
Se chorares
Dar-te-ei as minhas lágrimas...
Se caminhares
Levar-te-ei em meus braços...

Se quiseres...

Ao outro lado do mundo
Correrei para te ver feliz...

6/Novembro/2004

domingo, 1 de outubro de 2006

Impotência

Sinto a impotência
Dos momentos imperdíveis...
Em todo o meu corpo
Milhares de vozes gritam a melancolia
Que hoje me invadiu...

Procuro razões para entender
O que não é entendível...
Que caminhos me trouxeram
A uma fonte de que não posso beber...

Uma ligeira brisa
Leva-me para longe do meu porto seguro
E de novo navego sob as estrelas
Sem esperança de me guiar por elas...

A inquietação do que não tenho faz-me serenar...
Relembro o ontem e adormeço numa nuvem escura
Para que não me sinta chorar...

Procuro na ilusão de um sorriso
Apagar a verdade das minhas noites...
Enquanto o conseguir...
Viverei...

10/Outubro/2004

Fado

Nas lágrimas que chorei...
Ouvi os acordes deste triste fado...
Solidão que vivo sem ti
As noites que não durmo
Enquanto te imagino longe de mim
Perto da minha saudade...

Procuro no mar o alento que já não sinto...
Nas árvores a força da vida
Que não te tendo não é vida...
Sinto-me perdido num deserto imenso
Onde vou caminhando em círculos
Guiado pelo teu rosto
Oásis onde sacio a sede que me fustiga...

Vem que me falha a respiração
Porque a batida do meu coração
Não te tem para com ela rimar...

Vem porque descobri em meus olhos
A falta de te ver acontecer
A falta de todos os teus olhares...

Nas lágrimas que chorei
Ouvi a dor deste triste fado...
Chamando pelo teu nome...

1/Novembro/2004

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Mão...

Mão

Vou caminhando sem saber para onde.
Vejo ao longe o abismo...
Chama-me... carente... e vou ter com ele...

Sinto resignação...
Vou ultrapassando obstáculos
Sem dificuldade... sem dor...

Sinto, por vezes, uma mão que me segura
Uma mão que me impede de avançar...
Agarro-me a ela com a pouca força que ainda me resta
Tento lutar para não a perder...

Talvez seja sôfrego demais
Talvez o desespero seja maior do que imaginava...
E ela foge...
A mão que sentia, desaparece e empurra-me para a frente...

O abismo cada vez mais perto...
A mão...
Sinto-a presente e ao mesmo tempo ausente.
A tranquilidade que me traz é igual ao desconsolo em que me deixa...
A mão...
Que me embala
Que me trata
Que me dá coragem
É a mesma mão que depois me larga
E me aprofunda a dor...

Estranho ou nem tanto...
Talvez estranho fosse
Se fosse de outra maneira...

Outubro/1999

Noites

Mais uma noite sem dormir
Uma saudade imensa habita em mim
E vai sugando o meu sangue
Como se me matasse todos os dias um pouco mais...

Recuso ver rostos
Se em nenhum deles está o teu
Nego-me as vozes
Se nenhuma delas é a tua...

Fecho-me
Não quero dormir
Para não sonhar que te não tenho
Para não acordar sem ti...

Sinto-me sem coração... sem batida...
Por dentro estou vazio
A minha alma perde-se
No meio da tristeza que me consome...

Não vou dormir
Não quero dormir...

24/Setembro/2004

Serenidades

Já te escrevi tantas linhas...
Em cada uma delas procurei a verdade do que sinto por ti
Para melhor compreender todo este sentimento
Que transborda de mim...

Releio todas as coisas e em nenhuma encontrei
O espelho do que vive comigo...

Falar do que se sente
Quando o que se sente
É maior do que as coisas explicáveis.
Maior do que tudo o que se imagina...

Olho para todos os lados
Pedindo ajuda....
Procurando encontrar palavras escritas
Palavras faladas... palavras sentidas
Que me ajudem a te dizer a minha verdade...

Que te amo...
De uma maneira simples
Intensa, forte, tranquila...
Amo o que vejo nos teus olhos
O que pressinto na tua alma...

Amo a forma
Como receosa tentas fugir da vida
Que te aguarda algures no teu caminho....

Amo o teu olhar necessitado
Amo o brilho que sei existir dentro de ti
Amo o sorriso com que iluminas
O dia dos que te rodeiam...
Mas amo ainda mais tudo aquilo
Que o teu sorriso anseia por viver...

São tantas as razões para te amar
E, por isso, acordei com o amor dentro de mim...
Sem que pudesse ou quisesse contrariá-lo...

Beijo as tuas mãos
Esperando que nesse beijo sintas
A imensidão do que quase me sufoca...

4/Outubro/2004

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Sonho real

Relembro um sonho de amor contigo
Um sonho que agora me parece tão distante...
No entanto...
Vive dentro de mim cheio de vida.
Ainda sinto o olhar do teu beijo
O calor das tuas mãos...
Ainda me arrepio com o sabor da tua boca...

Relembro as roupas que sairam dos nossos corpos.
Relembro o abraço tão forte que só havia um corpo...
Relembro como o teu coração bateu no meu peito...

Sinto o teu cheiro na minha pele...
Entranhado profundamente...
Ainda estremeço quando fecho os olhos
E sinto os teus lábios
Momento tão intenso que nunca julguei poder vivê-lo...

Relembro o sabor das tuas formas
Quando as percorri com as minhas mãos
Tremendo de amor e desejo...

Relembro o amor que fizemos
Surpreendente de força
Surpreendente de loucura...

Relembro o momento em que acordei já sem ti...
Todas as noites adormeço
Ardendo em desejo de sonhar tudo de novo...

4/Outubro/2004

Procurando

Procuro por toda a parte o meu sorriso
Perdi-o numa sombra... no meio de um lamento
Numa louca noite
Em que os gritos que não dei me deixaram sufocado...

Sorriso distante que nunca foi meu
Que todos os dias se despedia
Mas que sempre voltava para logo partir de novo...

Procuro o que perdi para sempre...
Procuro o que nunca encontrarei...
Mas procuro...

23/Setembro/2004

Ouve-me

Preciso gritar a todas as pessoas
Para que todas leiam nos meus olhos
A dimensão da tua existência que me arrebata e tanto fascina...

Preciso gritar ao Mundo
Que tens dentro de ti
Os mares... Os ventos
Todos os rios e todo o céu...
Que em ti me perco
Sem querer ser encontrado...

Preciso gritar que te amo...
Para que o Mundo saiba
Que cheguei ao fim do meu caminho...
Preciso gritar...
Amo-te!

1/Janeiro/2005

Digo

Perdi o medo das palavras
E digo amo-te
Porque o que se sente
É sempre mais forte do que o medo
Do que o receio de perder a luta...

Digo amo-te
Porque a paz que vivo sinto-a ao teu lado
Porque o que me deslumbra
São todos os teus traços... todos os teus momentos...

Digo amo-te
Porque sinto a infinita necessidade de sentir tua pele
De libertar todo o carinho que crio só para ti...

Digo amo-te
Porque te quero proteger
De todas as chuvas... de todos os ventos...

Digo amo-te
Porque te quero ver num enorme sorriso
Que te alimentes dele... que vivas por ele...

Digo amo-te
Porque tenho tanto para te dizer
Como nunca quis dizer a alguém...

Digo amo-te
Porque facilmente me rendo ao teu olhar
Porque facilmente me prendo na beleza do teu rosto
Porque facilmente me fascinam as formas da tua alma...

Digo amo-te
Porque as palavras deixaram de me assustar.
Digo amo-te
Porque precisava muito de o dizer...

10/Outubro/2004

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Teimosia

Teimei em escrever estas linhas sei lá porquê...
De vez em quando, o meu porto anda fugido
Dissimulado entre devaneios de nuvens atentas…

3/Agosto/2006

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Rosto...

Rosto

Entreguei a minha alma nas mãos desta caneta
Mil vezes testemunha de tantas palavras sentidas
Fechei meus olhos
Senti meus dedos num suave movimento
E deixei-me ficar recordando cada uma das lágrimas
Que colecciono no coração
Revivendo os medos de que me sinto prisioneiro...
Enquanto minha mão rabisca ao sabor da vontade da alma...

Ouço todas as mágoas... todo o sofrimento...
Toda a pena de mim próprio que tantas vezes me devorou
Em noites esquecidas do mundo...
Vi o caminho cheio de sonhos perdidos
De sonhos chorados que nunca passaram de frágeis desejos...
Sinto meus dedos frenéticos
Mas não me atrevo à luz...
Porque é imensa a dor de relembrar a dor
Que me prende neste porto sem abrigo onde me encontro sem esperança...
Sinto anos perdidos, beijos sem dono
Abraços frios como ténues lembranças
De todos os sorrisos que nunca conheci...

Sinto embriagada a caneta que seguro nas mãos agora trémulas...
Subitamente...
O silêncio é ensurdecedor
Abro os olhos...
Nos meus dedos repousa a caneta com ar feliz
Olho a folha de papel com sede de palavras por ti...

Não há palavras!
Apenas o desenho do teu rosto...

20/Novembro/2004