terça-feira, 29 de junho de 2010

Fuso desaparafusado

O argumento é sensível
A vida e o nevoeiro também
Restam-me duas voltas neste carrocel
Gostaria de me aprontar
Para o que por aí rebenta silenciosamente
Ontem estava distraído
Mas hoje... hoje...
Hoje é que é dia de ser grande dia
Hoje são flores e cheiros de alma
Comboios velozes cruzando a planície
Sim, hoje...
Hoje que o vento se constipou
Na vertigem do meu querer muito
Hoje...
Ou amanhã...
Porque a dúvida das chegadas
Pesquisa-me os sentidos
Baralha-me o fuso desaparafusado

29/Junho/2010

O Sol desceu

O sol desceu até mim
Dentro dos teus olhos
Olhou-me e serenou minha alma.
Andei perdido
Suspenso por pensamentos
E vieste...
Trouxeste o céu azul
Envolto em macias sedas
E acordei no meio de um abraço
E respirei todo o ar do mundo...
E vieste...
E fiquei feliz...

19/Setembro/2004

Corrente

Vou na corrente
Minutos esperados em vão
Risos... inutilidades
E palavras aos pedaços

Vou na corrente
Infinita de ansiedades
Prepotente no destino

29/Junho/2010

"Sem nome"

Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

Charles Chaplin

Soneto do Amor Total (Vinícius de Moraes)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Havia

Havia uma flor
E duas lágrimas cravadas na pedra
Havia uma dor
E uma luz ténue e dois candelabros apagados
Havia uma caixa vazia de pertences e ilusões
Havia a lembrança e a angústia
O pânico do esquecimento

Havia um dia
Cheio de sol e chuva
De vontade de anoitecer rapidamente


23/Junho/2010