quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Serenamente

Sereno rio que vive
Terna folha que alimenta...
De todas as nuvens
Escolhi a improvável...
Viagens sem rumo para todos os lugares
E o som alegre da alegria
E a noite fresca como lábios de mulher
Divirto-me...
E abraço-te...

30/Agosto/2007

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

domingo, 26 de agosto de 2007

Linhas do rosto

Em cada linha do teu rosto
Perdi-me de amor...
Em cada uma delas
Senti o doce de uma noite de luar...
Fico horas te olhando
Tentando dar-te vida
Num quadro que todos os dias contemplo.

Na beleza de teus olhos
Fiquei serenamente adormecido
Embalado pela luz que irradias
E que me faz seguir-te
Como se fosses farol que me guia...

Na fotografia onde te guardo
Sinto porque te quero e amo
Sinto porque te olho e desejo...

30/Outubro/2004

Vê-me

Gostava que visses
O brilho do meu olhar
Quando as nuvens
Escrevem o teu nome no azul do céu...

Gostava que lesses
As páginas do meu amor
Para entenderes a profundidade do meu sonho...

Gostava que soubesses
Que nos caminhos que cruzo
Te procuro em cada esquina,
Em cada banco de jardim...

Partilho contigo o medo
Que sinto nas minhas mãos
O tremor dos meus dedos
Quando toco a tua pele...
Não escondo de ti
Os vendavais que me devastam
Quando páro minha respiração
Para melhor te apreender...

Gostava que visses
O que vive dentro de mim
Gostava que visses
A verdade do que sou
A verdade do sofrimento que guardei...
Gostava que sentisses
A sinceridade das minhas lágrimas...

5/Novembro/2004

Viver sem ti

Olho para ti...
Tento imaginar como seria a minha vida sem ti.
Sem o amor dos teus olhos...
Sem o teu sorriso macio... sem os teus gestos...
Sem a tua boca que me atrai...

Como seria viver sem os teus lábios quentes,
Sem as tuas mãos...
Sem os teus braços que levemente mordo...

Como seria viver sem o teu coração perto do meu
Viver sem beijar todos os recantos do teu corpo
Viver sem sentir a tua pele que me deixa louco
Tão sedento de amor contigo....

Tento imaginar
Como seria viver sem te amar
Não consigo...
Viver sem ti...
Não, quero-te para sempre.
Tento imaginar
Como seria viver sem te ter.
Simplesmente...
Não seria viver...

Abril/2000

Pobre coração

O que sentes tu, pobre coração?
Não te chega já de desamor...
Porque insistes em te levantar do chão?
Porque não aceitas a tua dor?
Porque procuras o que sabes não poder ter?
Porque me martirizas assim?
Não vês que já não consigo viver,
Não vês que a minha alma sabe a fel,
Não vês que já não há flor neste jardim.
Apenas poemas esboçados num papel...

O que sentes tu, pobre coração?
O que a tua voz me diz?
Não a consigo ouvir
No silêncio desta escuridão.
Pedes-me para ser feliz...
Queres voltar a sorrir?
Também eu, meu amigo...
Mas como, pergunto?
Se tudo o que tenho para estar comigo
São quatro paredes vazias,
São conversas sem assunto,
Ouvir falar de alheias alegrias...

Será que voltaste a amar?
Não sei, nem quero saber...
Tudo está fora do meu caminhar...
Vou sem rumo, sem me conhecer...
Fujo de novas dores,
Saio em busca de nada
E em busca de tudo.
Fujo dos meus pavores
E vou alargando a passada.
O silêncio deixa-me mudo,
A solidão pede-me companhia
E eu dou-lhe a minha vida,
Dou-lhe o meu rir
Dou-lhe a pouca alegria
Que trago escondida...
Entrego-me a ela sem fugir...

Será que amo outra vez?
Não sei, talvez...
Mas tudo é tão distante,
Tudo é tão perto...
O sentimento que me trucida
É o sentimento que nesse instante
Que me traz a um rumo incerto...
E me prende de novo à vida...
Fujo, fujo, fujo sem hesitar...

Talvez ame alguém...
Talvez ainda possa acreditar
Mas fujo sem parar
Deste coração de ninguém,
Deste coração de toda a gente...
Talvez ame e não saiba,
E só o tenha descoberto subitamente,
Em quaisquer linhas escondidas,
Disfarçadas nesta minha raiva...
Raiva de não sentir o amor,
De sentir a falta de mãos estendidas,
De sentir a inesperada ausência
De alguém que esteve ao meu lado,
E com carinho selou minha dor...
Batendo com persistência
O coração segue compassado,
Como se não me obedecesse.
Vai de novo cego, sorrindo,
Como se nenhuma ferida lhe doesse.
Corre, corre sempre sorrindo...
Porque me fazes isto?
Porque queres o impossível?
Não presentes o caminho errado...
Volta, por favor, eu também existo...
Não o vês inatingível...
Não te lembras como amargurado...
Vives-te chorando, soluçando,
Vendo o fogo extinguir-se
O fogo que julgavas eterno.
Esqueceste meu corpo definhando
Não te lembras do inferno,
Da minha alma a consumir-se...

O que sentes tu, pobre coração?
Diz-me... será verdade?...
Ou será outra ilusão...
Com que foges da realidade?...
O que sentes tu, pobre coração?
Chora, eu estou aqui...
Tenho todo o tempo para ti...

Setembro/1999

Saudade

Cai a noite
Deito-me na cama
Procurando sonhos
Procurando asas.
Sem pressa
Deixo-me levar pela saudade...

Vejo-te,
Balançando o teu corpo,
Provocando-me...
Sinto vontade de te tocar,
De provar tua pele...
A saudade que me invade a alma
deixa-me triste, deixa-me alegre...

És o meu porto de abrigo,
Onde me refugio depois da tempestade.
Tu és o cobertor, és a brisa...

O coração como louco,
Tentando chegar-te...
A ansiedade tranquila que sinto em mim,
Faz-me sorrir...
Passo as mãos pela cama,
Na esperança de te descobrir...
Os lençóis que ainda guardam o teu cheiro,
Nas almofadas o teu sorriso
Ainda repousa suavemente.
Ainda sinto a leve pressão das tuas mãos...

Saudade...
Saudade...
Preciso de ti para viver,
Como de todas as partes do meu corpo.
Levas-me à loucura...
Quero fazer amor contigo...
Para sempre...

8/Abril/2000