segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Mão...

Mão

Vou caminhando sem saber para onde.
Vejo ao longe o abismo...
Chama-me... carente... e vou ter com ele...

Sinto resignação...
Vou ultrapassando obstáculos
Sem dificuldade... sem dor...

Sinto, por vezes, uma mão que me segura
Uma mão que me impede de avançar...
Agarro-me a ela com a pouca força que ainda me resta
Tento lutar para não a perder...

Talvez seja sôfrego demais
Talvez o desespero seja maior do que imaginava...
E ela foge...
A mão que sentia, desaparece e empurra-me para a frente...

O abismo cada vez mais perto...
A mão...
Sinto-a presente e ao mesmo tempo ausente.
A tranquilidade que me traz é igual ao desconsolo em que me deixa...
A mão...
Que me embala
Que me trata
Que me dá coragem
É a mesma mão que depois me larga
E me aprofunda a dor...

Estranho ou nem tanto...
Talvez estranho fosse
Se fosse de outra maneira...

Outubro/1999

Noites

Mais uma noite sem dormir
Uma saudade imensa habita em mim
E vai sugando o meu sangue
Como se me matasse todos os dias um pouco mais...

Recuso ver rostos
Se em nenhum deles está o teu
Nego-me as vozes
Se nenhuma delas é a tua...

Fecho-me
Não quero dormir
Para não sonhar que te não tenho
Para não acordar sem ti...

Sinto-me sem coração... sem batida...
Por dentro estou vazio
A minha alma perde-se
No meio da tristeza que me consome...

Não vou dormir
Não quero dormir...

24/Setembro/2004

Serenidades

Já te escrevi tantas linhas...
Em cada uma delas procurei a verdade do que sinto por ti
Para melhor compreender todo este sentimento
Que transborda de mim...

Releio todas as coisas e em nenhuma encontrei
O espelho do que vive comigo...

Falar do que se sente
Quando o que se sente
É maior do que as coisas explicáveis.
Maior do que tudo o que se imagina...

Olho para todos os lados
Pedindo ajuda....
Procurando encontrar palavras escritas
Palavras faladas... palavras sentidas
Que me ajudem a te dizer a minha verdade...

Que te amo...
De uma maneira simples
Intensa, forte, tranquila...
Amo o que vejo nos teus olhos
O que pressinto na tua alma...

Amo a forma
Como receosa tentas fugir da vida
Que te aguarda algures no teu caminho....

Amo o teu olhar necessitado
Amo o brilho que sei existir dentro de ti
Amo o sorriso com que iluminas
O dia dos que te rodeiam...
Mas amo ainda mais tudo aquilo
Que o teu sorriso anseia por viver...

São tantas as razões para te amar
E, por isso, acordei com o amor dentro de mim...
Sem que pudesse ou quisesse contrariá-lo...

Beijo as tuas mãos
Esperando que nesse beijo sintas
A imensidão do que quase me sufoca...

4/Outubro/2004

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Sonho real

Relembro um sonho de amor contigo
Um sonho que agora me parece tão distante...
No entanto...
Vive dentro de mim cheio de vida.
Ainda sinto o olhar do teu beijo
O calor das tuas mãos...
Ainda me arrepio com o sabor da tua boca...

Relembro as roupas que sairam dos nossos corpos.
Relembro o abraço tão forte que só havia um corpo...
Relembro como o teu coração bateu no meu peito...

Sinto o teu cheiro na minha pele...
Entranhado profundamente...
Ainda estremeço quando fecho os olhos
E sinto os teus lábios
Momento tão intenso que nunca julguei poder vivê-lo...

Relembro o sabor das tuas formas
Quando as percorri com as minhas mãos
Tremendo de amor e desejo...

Relembro o amor que fizemos
Surpreendente de força
Surpreendente de loucura...

Relembro o momento em que acordei já sem ti...
Todas as noites adormeço
Ardendo em desejo de sonhar tudo de novo...

4/Outubro/2004

Procurando

Procuro por toda a parte o meu sorriso
Perdi-o numa sombra... no meio de um lamento
Numa louca noite
Em que os gritos que não dei me deixaram sufocado...

Sorriso distante que nunca foi meu
Que todos os dias se despedia
Mas que sempre voltava para logo partir de novo...

Procuro o que perdi para sempre...
Procuro o que nunca encontrarei...
Mas procuro...

23/Setembro/2004

Ouve-me

Preciso gritar a todas as pessoas
Para que todas leiam nos meus olhos
A dimensão da tua existência que me arrebata e tanto fascina...

Preciso gritar ao Mundo
Que tens dentro de ti
Os mares... Os ventos
Todos os rios e todo o céu...
Que em ti me perco
Sem querer ser encontrado...

Preciso gritar que te amo...
Para que o Mundo saiba
Que cheguei ao fim do meu caminho...
Preciso gritar...
Amo-te!

1/Janeiro/2005

Digo

Perdi o medo das palavras
E digo amo-te
Porque o que se sente
É sempre mais forte do que o medo
Do que o receio de perder a luta...

Digo amo-te
Porque a paz que vivo sinto-a ao teu lado
Porque o que me deslumbra
São todos os teus traços... todos os teus momentos...

Digo amo-te
Porque sinto a infinita necessidade de sentir tua pele
De libertar todo o carinho que crio só para ti...

Digo amo-te
Porque te quero proteger
De todas as chuvas... de todos os ventos...

Digo amo-te
Porque te quero ver num enorme sorriso
Que te alimentes dele... que vivas por ele...

Digo amo-te
Porque tenho tanto para te dizer
Como nunca quis dizer a alguém...

Digo amo-te
Porque facilmente me rendo ao teu olhar
Porque facilmente me prendo na beleza do teu rosto
Porque facilmente me fascinam as formas da tua alma...

Digo amo-te
Porque as palavras deixaram de me assustar.
Digo amo-te
Porque precisava muito de o dizer...

10/Outubro/2004