terça-feira, 25 de abril de 2006

Pensamentos

A solidão visitou-me
Trouxe de volta uma lágrima
Que há muito deixara em parte incerta...
Senti a sua frieza na minha pele
E a noite caiu sobre mim...
No silêncio escuro
Fui guarida de toda a saudade
Imaginei-te... amei-te... chorei-te...
Beijei tuas mãos... teu rosto...
E abracei-te com a força da esperança com que te espero...
Fiquei olhando as horas
Esperando pelos teus sinais
Esperando pelas tuas palavras...
Tentando não pensar na dor
Que toma conta do meu peito...
A dor que me alimenta o pranto
Que não evito em cada noite sem ti...
Ouvindo canções de amor
Danço contigo no meu pensamento...
E sussurro no teu ouvido
Todo o amor com que te penso...

4/Dezembro/2004

Sabias...

És bela, sabias?
Os teus encantos
São a fraqueza dos olhos que te miram enfeitiçados...
O teu sorriso é a luz que cega todos os sorrisos...

És bela, sabias?
O perfume da tua pele é combinação de todas as flores
Um gesto teu é traduzido por todas as palavras...
E a tua voz, princesa... é sinfonia, é guitarra...
É o murmúrio do vento...

És bela...
Na profundidade dos teus olhos
Têm lugar todos os sonhos de todos os corações...
És bela, bela, bela...
Na humildade do teu corpo
Tens guardado o maior dos tesouros...
A tua alma, a tua verdade...
Que é bela... sabias?

11/Dezembro/2004

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Quase parto

Quase parto
Procuro fugir ao pensamento
Que me levará para longe de um feitiço
Que me mata a sede... que me alivia a dor...
Olho-te
Procurando reter
As últimas imagens de ti...
Quero muito levar-te comigo
Que vivas em mim
Sentir que a distância
É um segundo
E que a venço com um fechar de olhos...
Há muito que decorei o cheiro do teu cabelo
A textura da tua pele... a saudade no meu dia.
Há muito que dentro de mim
Rios de tristeza acalmam a intranquilidade que me recorda a partida.
Pressinto a solidão que me espera
E peço-te que me guardes...
Não precisas de me olhar todos os dias...
Mas que, uma ou outra vez,
Me tragas a luz do teu olhar...

4/Dezembro/2004

Pedaços...

Pedaços

Pedaços do teu corpo
Fogo nas mãos
Paz em teus olhos serenando os meus
Tudo e nada
É o que guardas em ti...
Sonho que te deseja
Boca que te beija
Amor que te ama...

21/Março/2005

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Falta de palavras

Tu és as palavras que não consigo juntar para te descrever...
Porque te sinto além do que conheço
Porque és muito mais do que tudo o que digo que és...
Porque as palavras para te definir não existem no mundo em que vivo...
Porque quando te falo da tua beleza
Não te consigo explicar quanto os teus olhos me deixam perdido no tempo...
Nem sequer relatar as emoções que me provocas
Quando o teu sorriso brilha mais do que o próprio Sol...
Tantas vezes sinto a frustração de não conseguir exprimir o que vejo na tua alma...
Aquilo que aprendo em cada palavra tua... em cada silêncio teu...
Limito-me a olhar-te seduzido.. sem fala...
Rendido ao teu mais pequeno pormenor
Fascinado com o teu mais pequeno gesto
Porque cada palavra que penso
É pouco perto do que te quero dizer...
Porque tudo em ti é muito mais do que vi
Em todos os lugares... em todos os rostos... em todos os corpos...
Porque te vejo única...
Porque tu te defines a ti própria por seres o que és
Tão diferente, tão melhor do que qualquer coisa que jamais imaginei...
Até amar-te...
É muito menos do que tudo o que mereces...

24/Novembro/2004

Olhos de mar

Porque tens nos olhos o mar?
E porque esse mar é tão sereno
E me sinto tão pequeno?
Além do mar…
Que mais esconde o teu olhar?
Esconde o vento?
Esconde que outro momento
Capaz de me arrebatar?
Porque tens as estrelas na mão?
Porque as roubaste ao firmamento?
E a Lua?
Onde está a Lua?
Porque a tens no coração?
Descubro o teu rio
Onde te banhas nua
Só tu… sem calor, sem frio.
Porque tens asas nos pés?
Porque imitam as aves o teu voar?
Porque insistes em te resignar?
Não vês que o que és
É tudo o que sei cantar?
Porque tens nos olhos o mar?
E com os olhos tens os montes
E tudo o que céu prometeu
Desse azul que inventaste e é teu?…
Porque tens a água das fontes
Cintilando no olhar?
Porque sinto murmurar
As cores com que te quiseram pintar?
Porque tens nos olhos tanta riqueza?
Como encerras em ti tanta beleza?
Porque tens em teus olhos tudo?
E eu fico assim mudo…
Cego pela luz que irradias
E eu fico assim derrotado
Suplicando-te nos meus dias
Para que me alegres o fado…
Porque tens tanto no teu olhar?
É que assim só te sei amar…
E nestes versos que declamo
Ao som das ondas do teu mar
Escrevo simplesmente… te amo

8/Dezembro/2004

Amar-te

Amar-te
É ter sonhos que se contam num beijo
É ter noites com a luz do Sol
É sentir em cada segundo o tempo de uma hora...
Amar-te
É ter-te sem te ter
Imaginar-te aqui tão perto
Tocar-te no vento...

Amar-te
É desenhar o teu sorriso em cada poema
Esculpir nas nuvens as tuas mãos...
É ver nos teus olhos
As linhas do futuro
A inexistência do passado
É chorar-te com alegria
Esperar-te com ansiedade...

Amar-te
É sentir na tua voz
Cada um dos teus desejos
É pegar na tua mão
E amparar o teu caminho
É observar-te ao longe
Atento aos teus gestos...
Amar-te
É completar as tuas frases
Dizer o b se disseres o a
Trazer-te a água
Antes mesmo de teres sede...

Amar-te
É pensar em ti
E depois pensar em ti
Para novamente pensar em ti...
É sorrir quando sorris
Chorar quanto te entristeces...
Respeitar o teu silêncio
Mesmo que a solidão doa...
Amar-te
É dedicar-me a ti
É mostrar-me a ti
É oferecer-me a ti...

Amar-te
É dar-te tudo o que tenho
Tudo o que sinto
Tuto o que sonho
É ter um coração inteiro que te quer
Um corpo inteiro que te respira...

13/Dezembro/2004

Lentamente

Lentamente toco teu rosto
Receio ferir a beleza com que me deslumbras...
Fico olhando...
Absorvendo em meus dedos
Cada contorno daquele toque
Fico decorando a textura da tua pele
Guardando na memória cada emoção que me fazes viver...
Sento a magia nos teus olhos
O aroma dos teus cabelos
E deixo-me contagiar pela serenidade com que respiras...
Pego na tua mão e os meus lábios amedrontados
Sentem a doçura do teu gesto
Enquanto os meus olhos se turvam pedindo a eternidade daquele momento...
Abraço-te num movimento suave porque és nuvem...
Sorris e sinto-me percorrido por sensações desconhecidas...
Que me prendem em ti... que me aprisionam no teu olhar...
Sinto-me percorrido por um amor imenso
Que não posso nem quero negar...

6/Novembro/2004

Descobri

Esta noite descobri a voz da saudade.
Ouvi-a falar-me de amor
Senti-a chorar de amor
Deixou-me derrotado com a sua amargura.
Escutei a voz que me sussurrava o teu nome...
A voz de que tanto fugi de ouvir
Mas que é cada vez mais forte...
Finalmente, entendi o que o silêncio em que vivo tanto me quis mostrar...
Sinto-me morto sem ti...
Sem calor ou frio... sem sono...
Capaz de me deitar por terra sofrendo todos os males do mundo
Incapaz de me levantar... incapaz de lutar
Tenho medo de te ter perdido para sempre
Mesmo que saiba que nunca te tive.
Guardei as lágrimas que hoje chorei por ti
Para que fiques com elas...
Mas receio que as não queiras....

26/Setembro/2004

quarta-feira, 5 de abril de 2006

Luz apagada

Estou de luz apagada.
Estou a ver se descortino
As sombras que me enchem os ouvidos de sons estridentes.
Estou à espera de deixar de estar à espera...
Disseram-me que em breve passa por aqui uma brisa
Ela que venha...
Ela que venha...

5/Abril/2006